ATA DA NONA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 30-11-2004.
Aos trinta dias do mês de novembro de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às dez horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mário
Fraga, Professor Garcia, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch,
Carlos Pestana, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Luiz Braz manifestou-se quanto à apreciação, pela Casa, do
Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, relativo ao Orçamento do Município para
dois mil e cinco, analisando as verbas destinadas por esse Projeto à área da
saúde e para gastos com publicidade. Também, ressaltou a importância de que, a
partir do próximo ano, sejam buscadas novas formas de participação popular na
definição das políticas a serem seguidas pelo Governo Municipal. Após, a
Senhora Presidenta declarou empossado na vereança o Suplente Adeli Sell, no dia
de hoje, em substituição ao Vereador Gerson Almeida, em Licença para Tratamento
de Saúde, no período de vinte e nove de novembro a cinco de dezembro do
corrente, conforme apregoado na Sessão Ordinária do dia vinte e nove de novembro
do corrente, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Na oportunidade, a Senhora Presidenta
apregoou Declaração firmada pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do
PT, informando o impedimento do Suplente Adeli Sell em assumir a vereança, no
período de um a cinco de dezembro do corrente, em substituição ao Vereador
Gerson Almeida. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado
Requerimento de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando Licença para
Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta
declarado empossado na vereança o Suplente Juarez Pinheiro, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Ervino Besson, comentando a fuga do detento Dilonei Francisco
Melara da Penitenciária Estadual do Jacuí, questionou a decisão judicial que
concedeu-lhe o direito ao regime prisional semi-aberto. Sobre o assunto,
afirmou que o histórico desse detento permitia prever essa fuga e propugnou por
ações conjuntas do Poder Judiciário e dos órgãos policiais, para que seja
efetivamente garantida maior segurança aos cidadãos. O Vereador Professor
Garcia pronunciou-se acerca da XVII Olimpíada Nacional das APAES, ocorrida em
Goiânia, no Estado de Goiás, no mês de novembro do corrente, saudando os
resultados positivos dos atletas gaúchos participantes do evento. Ainda,
mencionou a influência que possui o desporto na socialização dos indivíduos,
apoiando a aprovação da Emenda nº 58 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
047/04, a qual destina recursos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
O Vereador Raul Carrion leu nota divulgada pelo Comitê Estadual do Partido
Comunista do Brasil, intitulada “O Rio Grande do Sul necessita de uma esquerda
renovada”, na qual esse Partido se posiciona quanto aos resultados das eleições
municipais realizadas no País em outubro do corrente. Nesse sentido, sustentou
ser a união dos partidos brasileiros de orientação socialista o caminho mais
adequado para concretizar medidas que viabilizem melhores condições de vida à
população. O Vereador João Antonio Dib referiu-se às verbas federais recebidas
pela Prefeitura de Porto Alegre, oriundas do Sistema Único de Saúde – SUS,
assegurando que nos balancetes financeiros da Administração Municipal não está
sendo documentada a integralidade desses valores, cujo total pode ser
verificado por meio das ordens bancárias às quais este Legislativo tem acesso.
Finalizando, teceu críticas ao gerenciamento desses recursos pelos organismos
municipais ligados à área da saúde. O Vereador Renato Guimarães traçou
comparativo entre posicionamentos atualmente assumidos por Vereadores de
Partidos de oposição ao Governo Municipal e aqueles divulgados por Suas
Excelências durante a campanha para as eleições municipais de outubro do
corrente. Ainda, declarou que a participação popular na definição de projetos
públicos sofrerá restrições em dois mil e cinco e criticou a atuação do Senhor
Germano Rigotto à frente do Governo Estadual. O Vereador Sebastião Melo
discorreu sobre os programas de consulta popular implementados no País,
enfatizando que esse processo deve complementar a democracia representativa na
busca do desenvolvimento nacional. Também, defendeu o trabalho realizado pelo
Senhor Germano Rigotto como Governador do Rio Grande do Sul, asseverando que,
apesar de ter encontrado o Estado com dívidas e sem o devido apoio do Governo
Federal, Sua Excelência realiza uma gestão positiva para os gaúchos. Em
prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA
e a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando a
suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dez horas e cinqüenta e um
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze
horas e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi aprovado
Requerimento verbal de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando a
votação em bloco de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/04.
Na ocasião, em face de Questões de Ordem formuladas pela Vereadora Clênia
Maranhão e pelo Vereador Sebastião Melo, a Senhora Presidenta prestou
informações sobre o teor do Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão,
anteriormente aprovado. A seguir, foram votadas destacada e conjuntamente, e
rejeitadas, as Emendas nos 04, 06, 07, 18, 29, 35, 40, 44, 45, 48,
52, 53, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77,
78, 79, 80, 82, 83, 84, 85 e 03, essa com a Subemenda nº 01, apostas ao Projeto
de Lei do Executivo nº 047/04, por quatro votos SIM e vinte e um votos NÃO, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, após serem
encaminhadas à votação pelos Vereadores Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Mário Fraga, Beto Moesch, Sebastião Melo, Luiz Braz, Elói Guimarães, Clênia
Maranhão, Carlos Pestana e Raul Carrion, tendo votado Sim os Vereadores Cláudio
Sebenelo, Haroldo de Souza, Reginaldo Pujol, este com Declaração de Voto, e
Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana,
Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste,
Mário Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Raul Carrion,
Renato Guimarães, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Em prosseguimento, foi
aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Carlos Pestana, solicitando
alteração na ordem de votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 047/04, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol,
Cláudio Sebenelo, Juarez Pinheiro e Mário Fraga. Na ocasião, em face de Questão
de Ordem formulada pelo Vereador Reginaldo Pujol, a Senhora Presidenta prestou
esclarecimentos acerca do processo de votação das Emendas constantes no
Requerimento de autoria do Vereador Carlos Pestana, anteriormente aprovado.
Após, o Vereador Raul Carrion formulou Requerimento verbal, solicitando a
suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às doze horas e quarenta e seis
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às treze
horas e quatorze minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, a
Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando alteração
na ordem de votação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador
Sebastião Melo manifestado-se e a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos
sobre o assunto. Ainda, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento
verbal, posteriormente retirado por Sua Excelência, solicitando adiamento da
votação da Emenda nº 50, aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 047/04. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 50, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 047/04, por vinte e quatro votos NÃO, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Sebastião Melo, Raul
Carrion e Carlos Pestana, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato
Guimarães, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana,
Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Juarez
Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste, Mário Fraga, Maristela Maffei, Professor
Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Wilton Araújo. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 51
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, por vinte e quatro votos NÃO,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Maria Celeste, Mário Fraga, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e
Wilton Araújo. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 49, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, por quinze votos SIM e dez votos NÃO,
após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Professor Garcia e Mário Fraga, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo e Sofia
Cavedon e Não os Vereadores Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Mário Fraga, Pedro Américo
Leal, Professor Garcia e Wilton Araújo. Durante o encaminhamento à votação da
Emenda nº 49, aposta ao Projeto de Lei do Executivo, em face de Questão de
Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, a Senhora Presidenta prestou
esclarecimentos acerca do definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no que
se refere a pedidos de suplementação de verbas por parte do Executivo
Municipal. Às treze horas e cinqüenta e nove minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas, constatada a
existência de quórum. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da
Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que as Emendas nos 34, 38,
43, 58 e 69, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, fossem votadas
em bloco. Foram votadas destacada e conjuntamente, e aprovadas, as Emendas nos
34, 38, 43, 58 e 69, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, após
serem encaminhadas à votação pelo Vereador Professor Garcia. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 11 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 047/04, por três votos SIM e vinte e dois votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Cláudio
Sebenelo, Haroldo de Souza e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Foram votadas destacadamente e aprovadas
as Emendas nos 32, 55 e 57, apostas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 047/04. A seguir, foi apregoado Requerimento, deferido pela Senhora
Presidenta, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Cassiá Carpes, Sebastião
Melo, Clênia Maranhão, Professor Garcia, Cláudio Sebenelo, Reginaldo Pujol,
Valdir Caetano, Beto Moesch e Carlos Pestana, respectivamente Líderes das
Bancadas do PCdoB, PTB, PMDB, PPS, PSB, PSDB, PFL, PL, PP e PT, solicitando a
anulação da votação da Emenda nº 08, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
047/04, tendo em vista a ocorrência de problemas, por parte de Vereadores, na
interpretação do teor da referida Emenda. A seguir, foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 08, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/04, por
dezoito votos SIM e seis votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Professor Garcia, Clênia Maranhão e
Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá
Carpes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Mário Fraga, Nereu D'Avila, Pedro
Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e
Não os Vereadores Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Luiz Braz e Reginaldo Pujol. Às quatorze horas e trinta e três minutos,
nada mais havendo a tratar, a Senhora Presidenta declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete
Moraes e pelo Vereador Ervino Besson e secretariados pelo Vereador João Carlos
Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Vereador João Carlos Nedel informa que
há 16 Vereadores presentes, há quórum para abrirmos a 9ª Sessão Extraordinária,
porém, não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia. Portanto, ofereço às
Bancadas o tempo para Comunicação de Líder até que haja quórum.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Vereadora Margarete
Moraes, Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores, Srªs. Vereadoras, senhoras e
senhores, sempre é bom nós, aqui na Câmara Municipal, recebermos segmentos da
população para acompanhar os nossos trabalhos; principalmente quando nós
estamos votando - agora já na sua parte final - o Projeto mais importante que
passa por este Legislativo, que é o Projeto do Orçamento. Todos vão notar uma
diferença básica entre o que aconteceu nestes últimos 16 anos e o que vai
acontecer a partir do ano de 2005. Nós tivemos, sempre que votávamos aqui o
Orçamento da Cidade, relatórios por parte da Comissão de Finanças e Orçamento,
indicando que não deveríamos tirar dinheiro de publicidade; e eu, muitas vezes,
acusava que era muito dinheiro para propaganda. Certa vez conseguimos
documentos que provavam que chegava a 13 milhões de reais o dinheiro para
propaganda; 13 milhões de reais! E víamos o seguinte: faltava dinheiro para a
Saúde. As pessoas não tinham dinheiro para fazer os atendimentos mais simples.
E não apenas no campo da Saúde, mas para o saneamento e para todas as outras
ocupações da Prefeitura Municipal; sempre faltavam recursos. Mas os recursos
eram dados sobejamente para a área da publicidade. Eu sempre me perguntava:
será, meu Deus do Céu, que esse segmento do Orçamento Participativo que tem
acompanhado a confecção inicial do Projeto do Orçamento está todo solidário com
essa forma de se distribuir os recursos do Orçamento?
Agora
eu vejo que realmente era um ato político, era apenas para poder dar dinheiro
para poder divulgar bem aquilo que vinha acontecendo dentro da Prefeitura,
independentemente de estar acontecendo alguma coisa positiva ou não. Porque,
agora, quando estamos votando o Orçamento para 2005, e como não é mais a
Prefeitura do PT, o que a gente vê, o que acompanhamos no dia de ontem, e que
deve seguir-se hoje, é que agora a orientação mudou completamente. Agora já se
pode tirar dinheiro da publicidade - coisa que não se podia anteriormente -
para ser colocado onde se precisa realmente; e, principalmente, para atender às
dificuldades que nós temos na Saúde.
Eu
acredito que ninguém nesta Cidade possa realmente estar chancelando a forma
antiga de se fazer Orçamento, quando, de repente, se pegavam recursos
importantes para se debelar males instalados aqui, nos limites do nosso
território, especialmente para poder divulgar o Cidade Viva.
Se
Deus quiser, a partir do ano que vem, nós não vamos ter mais esse Orçamento
entortado. Se Deus quiser, a partir do ano que vem, não vamos ter mais essa
forma errada, enganosa de fazer orçamento. Nós queremos, Ver. Haroldo, que o
próximo Governo tenha relação com toda a sociedade. Claro que sim, acho que é
extremamente importante, e, nos dias modernos, nós não podemos abrir mão de um
contato com todos os segmentos da sociedade. Mas o que não se pode mais, e eu
peço para os meus companheiros aqui desta Casa, independentemente de Bancada a
que façam parte, que possam realmente mudar as suas atitudes.
Eu
acho que não é através de atos que apenas fortaleçam a sua corrente política e
que, na verdade, enfraquecem a relação com a sociedade, enfraquecem as
possibilidades de nós melhorarmos a nossa sociedade que se deve legislar; essa
forma que foi adotada nos últimos tempos pela Bancada situacionista. Acho que
está na hora de a gente refletir e nós todos começarmos adotar uma fórmula em
que o dinheiro público, o Orçamento, possa realmente vir a servir a todas as
necessidades que a nossa sociedade tem. É assim que a nossa Bancada, a Bancada
do PSDB, eu e o Ver. Cláudio Sebenelo, sempre estivemos aqui votando dessa
forma, estamos votando e vamos continuar votando exatamente assim, para
beneficiar todas as camadas sociais, principalmente aquelas que mais precisam,
sem levar em consideração, em primeiro plano, conforme sempre foi adotado nos
anos anteriores, o fortalecimento do Partido, o fortalecimento de uma ideologia
que esteve sempre pairando em cima de todos os interesses. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento da Verª Helena
Bonumá que solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia 30
de novembro. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Assim,
o Ver. Juarez Pinheiro substitui a Verª Helena Bonumá no dia de hoje.
Informamos
que em face da Licença do Gerson Almeida, assume o Ver. Adeli Sell precisamente
no dia de hoje.
O Ver. Ervino Besson está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham das
galerias e também através da TVCâmara, eu gostaria de saudar a todos. Como é do
conhecimento desta Casa o drama que passei juntamente com minha família, no
último domingo, a respeito do seqüestro, graças a Deus estamos aqui, minha
família está bem e a vida continua. Mas quando lemos os jornais - eu tenho me
pronunciado, algumas vezes, desta tribuna, e o faço hoje na mesma linha - isso
nos entristece: Dilonei Melara, um dos bandidos mais perigosos aqui do nosso
Estado, que estava em liberdade condicional, fugiu. Eu pergunto a V. Exas
- Vereadoras e Vereadores - e pergunto a vocês que estão aí me assistindo nas
galerias: alguém de vocês duvidava que esse homem fugiria, estando em liberdade
condicional? Está aí, fugiu!
Agora,
pergunto: e a nossa justiça, ou o Juiz, a Juíza que o liberou, o que estava
pensando quando deu permissão para que o Melara tivesse a sua prisão relaxada,
porque estava em liberdade condicional e poderia tranqüilamente fugir a
qualquer momento, como aconteceu? Agora eu pergunto: como é que fica a
segurança do nosso povo? O que é que esse homem pode estar preparando? Nós
sabemos que o crime, hoje, se organiza dentro dos presídios. E o Melara, nessa
área, é um grande sábio. Todo mundo sabe disso. Perguntem para a nossa gloriosa
Brigada Militar, perguntem para a Polícia Civil – eles conhecem – se esse homem
tinha condições de ser colocado em liberdade condicional. Será que esse homem
não vai desgraçar mais alguma família? Matar alguém? Seqüestrar alguém e deixar
em pânico a população? Quem é o culpado disso? A nossa Justiça! Que isso sirva
de alerta ao Juiz ou à Juíza que deu essa permissão, deixando a nossa Porto
Alegre e o nosso Rio Grande em polvorosa, porque Melara é um risco para a
segurança do nosso povo.
Outra
notícia que a maioria dos senhores deve ter lido é que a Brigada Militar,
depois de uma campana de oito, dez dias, prendeu um dos maiores arrombadores de
carros na PUC. Ele arrombou mais de 50 carros lá na PUC. Foi preso de manhã, e
à tarde estava solto. Assim é difícil, gente! Quando eu digo que os nossos
órgãos têm que trabalhar de uma forma harmônica, a nossa Justiça tem que
trabalhar de forma harmônica juntamente com a Secretaria da Segurança, e antes
de tomar uma decisão desse nível, tem que ouvir as pessoas, tem que ouvir a
nossa segurança, tem que ouvir os nossos homens que trabalham nessa área para
que não venha a acontecer mais uma fuga para nos entristecer, porque coloca em
risco, sem dúvida nenhuma, a segurança do nosso povo. Muito obrigado, Srª
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, durante o período de 17 a 24 de novembro, na
cidade de Goiânia, foi realizada a 17ª Olimpíada Nacional das APAEs - estamos
aqui hoje com inúmeros alunos das APAEs, porque há uma emenda que interessa
diretamente a essas pessoas -, e lá, nesses jogos, a delegação do Rio Grande do
Sul, chefiada pela professora Elcira Machado Bernardi, Presidente da Federação
das APAEs do Estado do Rio Grande do Sul, com uma delegação de 90 pessoas,
composta por 70 atletas, 16 professores e 4 dirigentes, ganhou 46 medalhas.
Queremos fazer este registro mostrando que, cada vez mais, a questão da
sociabilidade, a questão do desporto tem que estar presente.
Hoje
vamos solicitar aos Vereadores que tenham a sensibilidade, pois sabem das
atuais dificuldades das APAEs e da APAE de Porto Alegre, para que possamos
minimizar parte da situação atual da entidade. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes,
demais Vereadoras e Vereadores, todos os que nos visitam hoje e que prestigiam
esta Sessão e aqueles que nos assistem nas suas casas, nós, no dia de ontem,
por um acordo - não houve a intervenção das Lideranças,- deixamos para o dia de
hoje para trazer a nossa opinião, discutida no Diretório Estadual do PCdoB,
pela sua Comissão Política, sobre o processo eleitoral deste ano e sobre os
resultados dessas eleições e o novo quadro político criado por esse resultado.
Essa opinião será divulgada através da Nota Oficial do Comitê Estadual do
PCdoB, intitulada (Lê.): "O Rio Grande do Sul necessita de uma esquerda
renovada.
1)
O resultado do embate eleitoral deste ano no Rio Grande do Sul está marcado
pela derrota no campo da esquerda em Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas,
criando um novo quadro político, caracterizado pelo fortalecimento das forças
de centro, com adesão das forças da direita.
2)
A derrota da esquerda é resultante de vários fatores. O determinante, no
entanto, está associado ao padrão de disputa política colocado em prática pela
força hegemônica da esquerda no Estado. Tal prática política teve como
conseqüência uma tática eleitoral estreita e exclusivista, que conduziu as
candidaturas petistas da Frente Popular a sério isolamento social e político.
3)
Os reflexos negativos provocados pela falta de nitidez de rumo do governo Lula,
notadamente de sua política econômica e social influenciaram na derrota.
4)
O sentido geral do insucesso das eleições municipais deste ano é o
aprofundamento da perda de espaço do campo da esquerda, dando continuidade a um
processo político adverso que o PCdoB já havia identificado na derrota de 2002.
Tal processo não foi estancado pela falta de uma atitude autocrítica que
permitisse superar o isolamento.
5)
A despeito do resultado negativo, a esquerda se mantém como um pólo expressivo.
PT, PSB e PCdoB somaram mais de 2 milhões de votos na disputa majoritária. Os
partidos da Frente Popular aumentaram sua votação e o número de Prefeitos e
Vereadores eleitos.
6)
Diante do novo quadro faz-se necessário o desenvolvimento de um pensamento
político na esquerda – renovado, arejado e amplo – capaz de aglutinar todos os
setores interessados na defesa do projeto nacional, democrático e
desenvolvimentista, com o objetivo de construir uma alternativa avançada para o
Estado. Isto se faz mais urgente diante de uma situação nacional em que a
direita, capitaneada pelo PSDB e PFL, articula-se com o objetivo de retomar o
Governo Federal.
7)
Trata-se de constituir um movimento que reúna a esquerda renovada e os setores
progressistas, em torno do entendimento de que o progresso econômico e social
do Rio Grande do Sul só se viabiliza nos marcos desse projeto
desenvolvimentista. Um campo que reúna as forças trabalhistas e socialistas,
pode constituir-se em uma alternativa que viabilize este caminho.
8)
O PCdoB sai do processo eleitoral com sua presença política reforçada. Dobrou
sua Bancada de Vereadores em Porto Alegre e sua votação no Estado. Participou,
pela primeira vez, com chapa majoritária própria em cidades importantes como
Caxias do Sul, Gravataí e Ijuí. Neste Município teve expressiva votação.
Ampliou a projeção de sua legenda e de suas lideranças.
9)
Diante dos novos desafios os comunistas intensificarão seu vínculo com as lutas
do nosso povo, participando de suas entidades, visando elevar o papel do
movimento popular na luta pela realização das mudanças necessárias. Buscaremos
atrair para nossas fileiras lideranças políticas e sociais que vêem no PCdoB a
alternativa para potencializar sua luta e sua esperança na construção desse
novo projeto.
Porto
Alegre, 29 de novembro de 2004.
Comitê
Estadual do PCdoB/RS".
Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sr Vereadoras e Srs.
Vereadores, ontem, ouvi aqui da tribuna, de um dos Vereadores da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, que eu estava equivocado em relação aos recursos que
a Prefeitura dispõe e que a Prefeitura, segundo eles, estaria na miséria.
Eu
tenho alguns dados até o dia 30 de setembro. A disponibilidade bancária da Prefeitura
era de 102 milhões de reais, isso depois de pago o funcionalismo. Não foi o
menor valor até hoje, porque em agosto a Prefeitura tinha só 95 milhões, e
também não foi o maior, porque ela já teve 223 milhões de reais no sistema
bancário, enquanto a Cidade precisava de obras. Mas, mais do que obras, a
Cidade precisa de saúde.
No
mês de outubro, o Balancete da Prefeitura apresenta apenas 5 milhões e 782 mil
reais. Eu tenho aqui o valor que foi encaminhado para a Saúde, e Saúde
interessa a todos vocês. Eu não fiz o somatório deles, mas eu vou dar apenas
alguns valores; Terapia Renal: um milhão, 914 mil, 940 reais; Gestão Plena do
Sistema de Saúde: 31 milhões, 102 mil reais - trinta e um com aquele um milhão
já está em 33 milhões. Pagamento do PAB fixo: um milhão, 394 mil. Pagamento,
outra vez, do PAB fixo: mais um
milhão, 394 mil reais. E tem mais outra aqui, FAEC, Transplante: um milhão, 625
mil reais. Isso aqui é muito mais do que 5 milhões que aparecem nas contas da
Prefeitura.
No
mês de janeiro, que foi quase que o maior valor que a Prefeitura coloca do
dinheiro recebido pelo SUS, ela coloca aqui 36 milhões e 400 mil reais, e eu
somo aqui 72 milhões de reais, quase o dobro. Onde está o dinheiro que entra
para a Saúde no SUS?
E
esses números que eu li aqui, da disponibilidade bancária, são assinados pelo
Secretário da Fazenda, eu não inventei esses números. E esses outros números
aqui do SUS são encaminhados pelo Ministério da Saúde, que é absolutamente
rigoroso.
Eu
já vi ordens bancárias para a Prefeitura que dizem assim: Município – Porto
Alegre; entidade que recebe o dinheiro: Prefeitura Municipal; número de
habitantes: um milhão, 384 mil. É assim que vem, não é uma coisa aleatória, não
é uma coisa que inventam, é muito bem feito! E eu já vi uma ordem bancária, de
tão organizado que é o Ministério da Saúde, de 5 reais e 70 centavos.
Portanto,
eu só não sei onde é que está o dinheiro do SUS, eu só não sei por que a Saúde
é tão mal gerenciada em Porto Alegre! E quando fizeram a solicitação de uma CPI
para a Saúde, eu dizia que nós só tínhamos de procurar saber para onde é que
vai o dinheiro que o SUS encaminha para Porto Alegre, que não está documentado
no Balancete da Prefeitura que – como eu disse – em janeiro, tinha 72 milhões,
e a Prefeitura colocou 36 milhões; em fevereiro, tinha 35 milhões e 400 mil
reais, e a Prefeitura colocou 16 milhões e 400 mil reais; em março, tinha 79
milhões, e a Prefeitura colocou 27 milhões. Onde está esse dinheiro? Como foi
distribuído? Como foi aplicado?
Eu
volto a dizer: eu não estou denunciando que a Prefeitura tenha levado para
outros caminhos, para outros bolsos. Não! Nada disso; eu só quero que expliquem
como foi aplicado o dinheiro do SUS. E isso não está sendo explicado, e eu
venho perguntando há mais de um ano: onde está o dinheiro do SUS? Aqui estão os
documentos, não é invenção. E eu vou pesquisar melhor ainda nos dados da
Comissão de Finanças, e vou voltar a falar sobre o assunto. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, comunidade que acompanha esta Sessão, nós, em nome
da nossa Bancada do PT, queremos fazer um registro de que, na realidade, o
debate do Orçamento, este ano, da Cidade está desmascarando a disputa eleitoral
que foi feita na cidade de Porto Alegre, porque o que a oposição, a futura
situação, vem registrando nesta tribuna, Ver. Juarez Pinheiro, é colocar, é
desnudar para a população, e para nós, Vereadores da Bancada do PT, que o
“Partido da Mudança” nada mais significa que um retrocesso para a cidade de
Porto Alegre, pois o que está acontecendo no debate, aqui, das Emendas, nas
posições dos Vereadores da futura da situação, é mostrar que nós teremos menos
participação popular, que a Câmara de Vereadores, no seu papel representativo,
vai diminuir o espaço de participação, de decisão do povo de Porto Alegre. É
isso que está no núcleo do debate do Orçamento neste ano. A população foi
enganada. O que está sendo registrado, aqui, é um estelionato eleitoral! Os
Vereadores da futura situação falam que isso é choro, mas, na verdade, quem vai
chorar é a população, pois ela foi enganada. O candidato da dita "mudança"
registrou – não sei se registrou em Cartório – que não mexeria na forma do povo
participar na cidade de Porto Alegre. Mas os Vereadores da futura situação já
mostram, aqui, qual é a vontade do futuro Governo: é decidir lá nos bastidores,
é decidir dentro dos gabinetes, não contando com a participação popular.
A
nossa Bancada tem coerência sim, porque a nossa Bancada está votando com o
Parecer da Comissão de Finanças e Orçamento, a nossa Bancada está fazendo o que
sempre fez nos 16 anos, está negociando Emendas de Vereadores no plenário. Nós
nunca aprovamos um Orçamento nesta Casa, em 16 anos, que não passasse por um
profundo debate, por um profundo diálogo com todas as Bancadas.
Hoje,
quem está com a coerência é a nossa Bancada. O debate que se faz aqui, que se tenta
colocar aqui como núcleo, é o debate da Saúde, da futura mudança na Saúde. Eu
pergunto: a futura mudança na Saúde é a mesma que está acontecendo no Estado,
no Governo Rigotto, em que se cortaram 300 milhões do Orçamento? Ali houve,
também, um estelionato eleitoral, porque ele prometeu, Ver. João Dib, um posto
de saúde a cada um quilômetro e, até agora, não conseguiu construir um posto a
cada cem mil quilômetros, não construiu um serviço de saúde neste Estado! É
isso que nós queremos registrar aqui.
Um
Vereador veio à tribuna, na Sessão passada, e disse que nós estávamos
antecipando oposição ao futuro Governo Fogaça. Eu afirmo: quem está antecipando
alguma coisa são os Vereadores da futura situação, que já desmascaram o Governo
do futuro Prefeito, porque ou vale a posição política do Fogaça ou vale a
posição política do Ver. Luiz Braz, do Ver. Wilton Araújo, do Ver. João Dib,
que sobem a esta tribuna e começam a desdizer tudo que o candidato Fogaça disse
na época da campanha. Ou ele está errado
ou a futura Bancada de situação está errada.
É
interessante a gente perguntar aos Vereadores da futura situação onde é que
estão as emendas de suplementação. Nos 16 anos, havia um controle rígido, Ver.
Sebastião Melo, do debate sobre suplementação. Esqueceram-se do debate sobre
suplementação! Falam de publicidade, tratam da questão de publicidade, mas não
tiveram a vergonha, a seriedade de debater publicidade, nos 16 anos, tratando
da questão de programas educativos, nunca avaliaram a publicidade da
Prefeitura. Só faziam boicote, não queriam discutir quais os programas na área
de educação no trânsito, de educação ambiental que estavam colocados dentro da
publicidade, simplesmente queriam cortar, tirar a publicidade. Agora, de uma
hora para outra, se voltaram a um debate de que publicidade é bom para o
Governo. Sim, é bom; é boa a publicidade que o Rigotto faz, gastando 80 milhões
de reais. Gastando 80 milhões de reais em publicidade que não é a publicidade
para fazer campanha educativa, é a publicidade para alimentar meios de
comunicação, para ficar surdo, mudo e cego em relação à ineficácia daquele
Governo do Estado. Parece-me que o caminho, aqui no Município, é o mesmo: ter
bastante dinheiro, na futura administração, para publicidade, para também calar
os meios de comunicação em relação ao que já começa a aparecer, que é, repito,
um estelionato eleitoral. Enganaram o povo da Cidade dizendo que as coisas boas
iam continuar e já começam a mexer no Orçamento Participativo.
Para
concluir, quero deixar esse registro aqui, se os Vereadores da futura situação
acham que isso é choro, não viram nada, porque a partir de janeiro, nós,
Vereadores da Bancada do PT, vamos fiscalizar e cobrar tudo o que foi prometido
pelo dito “Partido da Mudança”.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta Verª Margarete Moraes...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereadores e Vereadoras, há um
Vereador na tribuna. Silêncio, por favor.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, especialmente o público que nos honra com a sua presença, eu
gostaria de dizer, Ver. Sebenelo, que nada melhor do que um dia depois do
outro, não é? Estou vendo aqui a base da Frente Popular, que, durante 16 anos,
sustentou uma lógica de Governo, que a repetiu durante 16 anos, e que o povo
agora, de forma soberana, fez a alternância do poder. E aí vejo a tentativa
frenética de fazer a antecipação de um debate que ainda nem começou. Tentam,
aqui nesta tribuna, colocar algumas coisas que são profundamente equivocadas.
Primeiro: a participação popular é uma conquista deste País. Foi a Constituinte
de 1988 que, depois de um longo debate, a consolidou na Constituição Federal e
que a administração pública, nos seus diversos níveis, deveria avançar na
participação popular.
Os
Estados e os Municípios seguiram a orientação da Lei Maior, que é a
Constituição. Porto Alegre adotou, desde 1989, o processo de participação
popular, que, na nossa avaliação, não deve ser conflitante nem pode com a
democracia representativa; as duas devem-se complementar na busca do bem comum,
da cidadania e da defesa inarredável do bem republicano.
Então,
por essas razões, é que vejo, aqui, colocações muito equivocadas.
O
Ver. Renato Guimarães vem à tribuna, mas esquece de quem gastou, no Programa
Cidade Viva, milhões e milhões de reais, e das pessoas que estão procurando os
guichês desta Cidade Viva, ao longo desses 16 anos, para comprar um ingresso
para nela entrar. Enquanto isso, não tinha dinheiro para a Saúde, não chegava o
dinheiro para o pão do trabalhador da SMOV, mas para o Cidade Viva nunca faltou
dinheiro.
E
o Vereador tem uma cara de pau! Eu não vi nenhum Vereador, hoje oposição,
amanhã situação, Ver. Luiz Braz, não vi nenhum Vereador fazer emenda destinando
dinheiro para propaganda, nenhum! E não tenho procuração de nenhum Vereador,
mas eu analisei todas as Emendas, e nenhuma se destina à propaganda. Portanto,
isso é uma falácia.
Segundo,
o Ver. Renato Guimarães vem querer atacar um Governo legitimamente constituído,
um Governo liderado por este grande gaúcho, grande caxiense, o Germano Rigotto,
que pegou um Estado com enormes dificuldades, que pegou o Estado com 4.700
milhões reais de rombo, deixado pela Frente Popular, com ICMS antecipado, IPVA
antecipado, com 800 milhões de contas empenhadas. Isso tem um nome: ruína. E,
mesmo assim, o Governador conseguiu, do seu jeito, da sua maneira, colocar o
Estado nos trilhos, mesmo com o Governo Federal negando, Ver. Pujol, pagar
aquilo que é direito do Rio Grande. Este Estado, de forma per capita, é o que mais
exporta, e estão lá os governadores, em Brasília, com o Sr. Antonio Malan Palocci, porque seguem o
receituário de Fernando Henrique, dizendo que eles têm de colocar no Orçamento
aquilo que é a compensação dos estados exportadores. Este Estado cresceu 4,77%,
e, mesmo assim, as suas finanças vão muito mal. E aqueles que aqui estavam, quando
governavam o Estado, esbravejavam pelo Brasil inteiro, dizendo que tínhamos de
fazer o pacto federativo. Pois, agora, estão lá no poder da República o Sr.
Tarso Genro, o Sr. Miguel Rossetto e o Sr. Olívio Dutra, que esbravejavam pelo
Rio Grande, pelo Brasil na defesa do pacto federativo. Pois, agora, negam o
pacto federativo, fogem do pacto federativo como o “diabo foge da cruz”, porque
dele não querem falar. O Estado é unitário, detém o poder de concentrar o
dinheiro na mão da União, e os Estados vivem em frangalhos e de migalhas.
Portanto,
Vereadores da Frente Popular, vamos continuar esse debate; não temos nenhuma
dificuldade. Os senhores estão instalados no Governo da República, que, para
mim, tem uma clareza meridiana, é um Governo que continua discursando para os
pequenos, mas que, na verdade, tem governado é para os grandes, especialmente
para a “banqueirada”. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidente, nós solicitamos a
suspensão dos trabalhos por cinco minutos para que possamos agilizar a pauta e
os nossos trabalhos na manhã de hoje.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 10h51min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
11h06min): Estão
reabertos os trabalhos.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Queríamos encaminhar a esta Presidência
uma proposta, aprovada por consenso entre o conjunto das Bancadas através de
suas Lideranças, no sentido de que pudéssemos votar, em bloco, o conjunto das
seguintes Emendas destacadas: Emenda nº 03, com a respectiva Subemenda nº 01;
as Emendas nº 04, 06, 07, 18, 29, 35, 40, 44, 45, 48, 52, 53, 59, 60, 61, 62,
63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 82, 83, 84
e 85 ao PLE nº 047/04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria da
Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
4837/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/04, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de 2005. Com Emendas n.ºs 01 a 90. Com Subemendas
n.º 01 às Emendas n.ºs 02, 10, 13, 14, 15, 19, 20, 38, 39, 69, 81 e 87.
Pareceres:
- da CEFOR. Relatores Vereadores Professor Garcia e João Carlos Nedel:
pela
aprovação do Projeto e
Anexos do Orçamento de Investimentos das Empresas PROCEMPA, CARRIS e EPTC
e Emendas n.ºs 01; 02, com Subemenda
n.º 01; 08; 09; 10, com Subemenda n.º 01; 11; 12; 19, com Subemenda n.º 01; 20,
com Subemenda n.º 01; 21; 22; 23; 26; 27; 28; 31; 32; 34; 41; 43; 46; 47; 54 a
58; 86; 87 e 88;
pela
rejeição das Emendas
n.ºs 03, 04, 05, 06, 07, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 24, 25, 29, 30, 33, 35, 36,
37, 38, 39, 40, 42, 44, 45, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 59 a 85.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de
votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art.
82, “caput”, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia em 17-11-04;
Aprovados,
em 29-11-04:
- o Projeto e Anexos do Orçamento de
Investimentos das Empresas PROCEMPA, CARRIS e EPTC;
- as Emendas n.ºs 01; 02, com Subemenda
n.º 01; 05, com Subemenda n.º 01; 9; 10, com Subemenda n.º 01; 12; 13, com
Subemenda n.º 01; 14, com Subemenda n.º 01; 15, com Subemenda n.º 01; 19, com
Subemenda n.º 01; 20, com Subemenda n.º 01; 21; 22; 23; 25; 26; 27; 28; 31; 39,
com Subemenda n.º 01; 41; 46; 47; 54; 56; 81, com Subemenda n.º 01; 86; 87, com
Subemenda n.º 01; 88 e 90.
- Rejeitada a Emenda n.º 08.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o bloco das Emendas destacadas
ao PLE nº 047/04, apresentado pela Verª Clênia Maranhão. (Pausa.)
(Pedidos
de esclarecimento por parte do Plenário.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de
Ordem): Há um problema
de compreensão do processo de votação, Srª Presidente. Nós queríamos esclarecer que a solicitação que fizemos foi de que
fossem votadas em bloco, neste momento, as Emendas que foram citadas no
Requerimento. A intenção da proposta, de consenso pelo Plenário, é de que devem
ser votadas, neste momento, as Emendas citadas no Requerimento. Há uma dúvida
sobre se é isso que está sendo votado neste momento.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Requerimento foi votado e aprovado.
Agora
faremos a votação do bloco de Emendas. Alguma dúvida?
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Srª Presidenta, se é que entendi, há um
bloco e há outras Emendas que serão votadas depois. Todas aquelas que não foram
incluídas formarão outro bloco ou serão votadas individualmente. É isso?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): É isso.
Repetindo:
nós votamos que as Emendas citadas fossem votadas em bloco. Agora nós vamos
votar “sim” ou “não” ao bloco. Fica compreensível assim, Ver. Wilton?
Portanto,
já há a concordância unânime de que vamos votar em bloco estas Emendas.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do bloco das
Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, este Vereador ocupa a tribuna para tentar fazer uma
aproximação, é importante para o entendimento, Ver. Wilton e Verª Clênia, estas
foram as Emendas rejeitadas na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. A
proposta da Verª Clênia é pela rejeição das Emendas deste bloco. Esse é o
entendimento claro, e acho que é importante para o entendimento de todos os
Vereadores, porque senão, daqui a pouco, vai ser o processo inverso. Eu quero
dizer que foi acordado - eu tinha um acerto com o Ver. João Bosco Vaz -, na
Comissão - eu votei contra a Emenda - porque, tecnicamente, estava errada, era
uma Emenda que ia dispor de recursos financeiros para a área desportiva. Mas,
como o entendimento da própria Bancada do PDT já acordou pela rejeição, este
Vereador, também, vai aceitar fazer esse encaminhamento pela rejeição da
totalidade das Emendas apresentadas em bloco.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, após várias démarches,
apresenta-se como consensual uma disposição acertada entre várias Bancadas da
Casa, no sentido de ser aprovado o Parecer contrário da CEFOR a inúmeras
Emendas que são votadas em bloco. Eu quero, sinceramente, dizer que, não tendo
participado dessa composição, fico absolutamente constrangido de votar em bloco
matérias díspares. Ao mesmo tempo, aqui, há Emendas que eu poderia, com toda a
tranqüilidade, defender à exaustão; existem outras que eu teria também absoluta
tranqüilidade em votar contrariamente à sua aprovação. Eu não posso cometer a
mais grave incoerência, Vereador, de chegar, hoje e agora, e votar contrariamente,
pura e simplesmente, porque foi feito um acordo às Emendas de 70 a 85, todas de
minha autoria, bem dispostas, bem defendidas, as quais sustentei ao longo do
tempo, que buscam o atendimento de necessidades específicas de várias
comunidades da cidade de Porto Alegre na área do esporte, na área do lazer, na
área da recreação, da assistência social, do ensino, do trânsito, e foram
simplesmente niveladas, assim como o conserto de determinados equipamentos
solicitado por nós durante os últimos dez anos, sem sermos atendidos, e cujo
atendimento nós queríamos solicitar no próximo ano pelo Governo que se vai
instalar, já com recursos específicos colocados no Orçamento. Então, eu não
quero ser o um dom-quixote, esbravejando contra os moinhos de vento. Sei que
este meu discurso, no presente momento, é tão-somente uma justificativa da
nossa posição e um alerta aos companheiros, que vão honrar, certamente, a
composição que fizeram, acolhendo o Parecer e rejeitando todas essas matérias.
Acho
que, para a atuação parlamentar, esse funil que resultou no final, de discussão
pouco aprofundada, muito mais sobre conseqüências do que sobre eficiência e
muito menos ainda sobre a qualidade das Emendas propostas, a nivelação absoluta
que aqui ocorre é grave, é ruim, é própria dos rolos compressores que às vezes
se instalam nas Casas Legislativas, cujas conseqüências sabidamente nunca foram
boas. Eu, com toda a tranqüilidade, com a responsabilidade do meu mandato,
mandato que não se esgotou, que eu continuo exercitando com a maior honradez
possível, e, sobretudo, com a maior segurança, mesmo sabendo que o destino
dessas Emendas será, inexoravelmente, a rejeição pela maioria da Casa. Eu quero
dizer que, por todas estas razões que eu já expus, não me sinto em condições de
votar pela rejeição, em bloco, de todas as Emendas, porque no seu seio existem
inúmeras proposições, cuja correção eu haverei de defender permanentemente, uma
vez justas, corretas, adequadas, e, sobretudo, bem elaboradas. Vou tentar votar
a favor das Emendas, não acompanhando o relatório e, nessas conseqüências,
sendo uma das vozes raras de resistência que, seguramente, haverá de faltar
nesta Casa.
Era
isso, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Mário Fraga está com a palavra
para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. MÁRIO FRAGA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós estamos num processo de
discussão do Orçamento para 2005, e, ontem, como estive nesta tribuna para
defender as duas Emendas, volto a afirmar que essas Emendas feitas pelo
Vereador Titular, que é o Ver. João Bosco Vaz, são plenamente satisfatórias e
necessárias à Secretaria de Esportes da Capital. Mas, como a nossa Casa é
política, algumas vezes nos dobramos às posições tomadas. Então, venho a esta
tribuna para deixar registrado que as duas Emendas que repassam para a
Secretaria Municipal de Esportes um milhão de reais dariam visibilidade e
administrabilidade para a Secretaria de Esportes, pois o orçamento da
Secretaria Municipal de Esportes é de 757 mil reais ou 62 mil reais por mês.
Nessa comparação é muito simples de ver que a Secretaria se torna inviável
administrativamente. Então, essas duas Emendas são necessárias, mas nós, do
PDT, como apoiamos o Prefeito Fogaça no segundo turno, nos curvamos à decisão
do Partido, mas deixamos registrado que a futura Bancada situacionista, em
especial a Bancada do PPS, através da Ver. Clênia e do Ver. Wilton Araújo, fica
na condição de nos ajudar, caso o PDT venha a assumir essa Secretaria; o PPS
fica na condição de nos ajudar a administrar, juntamente com o Prefeito Fogaça
e o PDT, essa Secretaria. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Margarete Moraes): O Ver.
Beto Moesch está com a palavra para encaminhar a votação do bloco das Emendas
destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, desde que nós começamos a atuar neste Plenário,
nesta Câmara, sempre sugerimos Emendas ao Orçamento, porque entendíamos que o
Executivo era - e vamos lutar para que não seja mais, porque estaremos com um
novo Governo a partir do ano que vem - totalmente afastado dos demandas
ambientais, da tutela ambiental para a cidade de Porto Alegre. Por isso nós
sempre apresentamos orçamentos para tentar dar um norte ambiental para a nossa
Cidade, já que o Executivo não estabelecia esse tipo de trabalho, e isso se vê
principalmente quando se trata do Orçamento.
Por
exemplo, nós propusemos, durante todo esse período, que no mínimo 5% da verba
de publicidade fosse canalizada para a educação ambiental. Portanto, nós não
estávamos retirando verba ou mudando verba de uma Secretaria para outra, apenas
dizendo que, dentro do já orçado referente à publicidade, deveríamos canalizar,
no mínimo, 5% para a educação ambiental, assim como prescreve a Constituição
Federal e a Lei Orgânica do Município. Isso não foi feito, muito menos
executado pelo Poder Executivo, mas lutamos aqui nesta tribuna e na Comissão de
Finanças, para que isso fosse estabelecido em Porto Alegre, e mantivemos a
Emenda, assim como, por exemplo, nós conseguimos, aí sim, Ver. Pestana, em
parceria com o Executivo, um trabalho de esterilização de animais, em que houve
o apoio do Executivo por intermédio do trabalho que é realizado aqui nesta
Câmara de Vereadores, que é o Fórum de Bem Estar Animal. E nós criamos uma
rubrica em 2002, implantando a esterilização de animais, ou seja, o controle da
procriação de animais abandonados, os quais, imagina-se, sejam em número de 300
mil em toda a cidade de Porto Alegre, comprometendo a saúde pública das pessoas
através das zoonoses.
Pois
conseguimos, por meio de rubrica, a implantação da esterilização de animais;
mas, por incrível que pareça, Ver. Pestana, este ano isso não veio. E existe
todo o trabalho da Vigilância Sanitária com relação a isso, como, aliás, está
sendo feito em todo o País e em todo o mundo, ou seja, está existindo uma nova
visão de controle de animais, e tivemos de criar uma rubrica novamente para que
se canalizem verbas à esterilização e para que a Prefeitura possa continuar
estabelecendo convênios com universidades, com clínicas, com conselhos de
Veterinária para isso. Sem uma rubrica não há como fazer convênios! Não há
como! Então, lamentavelmente, isso não veio este ano, nós não entendemos por
que, e fica aqui o registro de como não vieram verbas para a esterilização de
animais, e esse já era um trabalho muito bem amadurecido aqui na Cidade, por
meio de uma parceria público-privada. Nós continuamos sem ter os bicicletários
na cidade de Porto Alegre, e isso é estabelecido em lei, Ver. Juarez Pinheiro!
Nós tivemos de prever verbas para isso.
Pois
bem, Verª Clênia Maranhão, Exa. que está representando aqui o Executivo eleito,
nós apostamos que este dará um norte diferente para cidade de Porto Alegre,
mais sensível, mais moderno, atendendo às demandas da sociedade e, portanto,
dando um caráter de gestão ambiental eficaz e moderna! E é por isso, ao
acreditarmos nesse Executivo e por estarmos, sim, fazendo parte desse processo,
nós estamos votando pela rejeição das Emendas de nossa autoria para, então,
negociarmos com o Executivo eleito, porque essas Emendas não vêm deste
Vereador, Ver. Sebenelo; essas Emendas são fruto de um amplo debate com a
sociedade porto-alegrense. E nós temos de ser sensíveis, sermos democráticos,
radicalmente democráticos, Ver. Garcia, porque isso aqui está legislado na
Constituição Federal, na Lei Orgânica, na LDO, nós cuidamos com relação a isso,
mas vamos rejeitá-las, acreditando que o Executivo dará continuidade ao
processo de discussão ampla, objetiva e muito bem clara com a sociedade
porto-alegrense. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04, por
cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, colegas Vereadoras e
colegas Vereadores, preliminarmente, Ver. Pujol, eu quero dizer, Verª Clênia,
que eu entendi quando V. Exª falou que este Bloco era pela aprovação. Eu assim
o entendi. Talvez V. Exª possa me tirar a dúvida, mas eu assim o entendi. Por
isso não encaminhei o Requerimento. Mas “o Direito não socorre quem dorme”, vou
ver as notas taquigráficas. Agora, V. Exª esteve aqui com o Ver. Haroldo de
Souza acertando, por exemplo, a aprovação da Emenda nº 35, e a Emenda nº 35 vem
agora no Bloco da rejeição. Então, quero dizer que eu não vou acompanhar o voto
encaminhado pela Verª Clênia, porque entendo que aqui, por exemplo, há uma
Emenda de minha autoria destinada ao Instituto de Cardiologia. O Instituto de
Cardiologia é um equipamento público indispensável ao Rio Grande e ao Brasil.
Na minha mesa há uma grande reportagem em que o Prefeito eleito está dizendo
que vai dedicar a maior atenção ao Instituto de Cardiologia. Então, eu não vou
contradizer nem a minha proposta e muito menos o Prefeito Fogaça. O Ver.
Haroldo de Souza, meu colega de Bancada, apresentou uma Emenda retirando dos
encargos gerais do Município - que tem quatro milhões e alguma coisa - 60 mil
reais para a Sociedade Educacional Beneficente Emmanuel! Sessenta mil reais!
Portanto,
eu não vou votar neste encaminhamento, porque acho que aqui se “misturou alhos
com bugalhos”. Eu não vou distinguir o valor de uma Emenda pelo seu valor
econômico! Não vou distingui-la dessa forma, Ver. Elói. E quero dizer o
seguinte: nós somos daqueles que apoiamos, sim, o Prefeito que ora se elegeu,
mas eu acho que quanto às Emendas aqui colocadas, eu não as mudei, as de 2001,
não mudei as de 2002, não mudei as de 2003, e, portanto, não vou mudá-las
agora! Porque essas Emendas nunca foram para mim Emendas eleitoreiras.
Aqui
há Emendas referentes ao Corpo de Bombeiros que são instrumentos
indispensáveis, pois a Prefeitura, durante 16 anos, nunca repassou um centavo
para o Corpo de Bombeiros. Lembro muito bem de uma das Emendas, em que veio
aqui todo o Corpo de Bombeiros, ainda no Governo Olívio, e logo em seguida a
retiraram sob pressão política.
Quero dizer, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, que tinha entendido de que era pela
aprovação. A nossa Bancada tinha entendido assim. Se não fosse assim, eu
disputaria o Requerimento, poderia perdê-lo, mas tudo bem! Transitou em
julgado, não vou criar complicação.
Agora, entendo que estão
colocando várias Emendas, de vários Vereadores, e vi o Ver. Reginaldo Pujol
também nessa direção, mas estou falando pela nossa Bancada. Há duas Emendas,
Ver. Pestana, que é para a D. Ione, na Grande Cruzeiro, que atende crianças de
baixíssima renda familiar. São Emendas de 50 mil reais, Ver. Haroldo, para a
Igreja da D. Ione, e essas Emendas serão rejeitadas. Vou até retirar as Emendas
que são técnicas, algumas ficaram fora, mas vou ficar com a do Instituto
Cardiologia, a dos Bombeiros, e a da D. Ione, que estão no bloco das 30
Emendas.
Acho que esse procedimento
não foi o melhor, portanto, não vou acompanhar o voto que aqui foi estabelecido
pela nobre e extraordinária Verª Clênia Maranhão; vou votar contrário, vou
votar pela aprovação das Emendas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, vou
fazer um pedido à Verª Clênia Maranhão e ao Ver. Wilton, Vereadores da futura
situação: nós temos de paralisar a Sessão para fazermos uma recomposição deste
Bloco que está sendo votado.
Verª
Clênia, o que eu vejo é que algumas Emendas, que não são nocivas ao Orçamento,
que poderiam ser, tranqüilamente, executadas, estão sendo colocadas no mesmo
bolo com outras Emendas que dificultariam a execução do Orçamento.
Eu vou contar uma pequena
história, aproveitando a presença dos meus amigos da APAE aqui. No ano passado,
nós aprovamos, aqui, Ver. Sebenelo, uma Emenda de minha autoria, de 150 mil
reais para a APAE. Sabe o que aconteceu, Ver. Vidal? Durante todo o ano, a
Prefeitura do PT não repassou os 150 mil reais para a APAE e quando chegou no
final do ano, fez uma chantagem com a APAE – o pessoal da APAE que está aqui
presente pode confirmar -, se a APAE forçasse o repasse dos 150 mil reais, eles
não renovariam as bolsas com a APAE. Sabem o que é isso? Isso é crime! E
aconteceu no Orçamento deste ano: não repassaram os 150 mil reais e quando
chegou no final, chantagearam; se exigisse o repasse, não renovariam as bolsas.
Isso significa o seguinte: o PT sempre fez com o Orçamento aquilo que bem
quisesse, que bem entendeu, agora, quando chega na hora de assumir o novo
Governo, nós temos de fazer todo o possível para que, de repente, o Orçamento a
ser entregue para o futuro Prefeito seja um Orçamento que o possibilite
negociar e administrar a Cidade.
Não adianta, na verdade,
nós querermos, aqui, agora, irmos nas águas do PT e fazermos tudo aquilo que o
PT quer fazer para impossibilitar a próxima administração.
Peço aos meus amigos
Vereadores, e começo pedindo aos Vereadores da situação, que paralisemos, por
um minuto, a Sessão e vamos tentar conversar, novamente, entre as Lideranças de
oposição, porque eu acredito que nós vamos, com essas Emendas, se não conseguirmos
realmente fazer uma negociação, acabar inviabilizando o Prefeito seguinte.
O PT fez o que bem
entendeu com o Orçamento, chantageou, por exemplo, a APAE; já pensaram o que é
isso?
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Pestana.)
O SR. LUIZ BRAZ: Não, não é verdade não! Vossa Excelência
está mentindo quando está dizendo que não é verdade. Vossa Excelência não pode
fazer isso. É imoral fazer isso. O Ver. Pestana está sendo imoral, porque está
falando, aqui, que não foi feito assim. E aqui está o pessoal da APAE que pode
confirmar: não receberam o repasse de 150 mil reais, aprovado por este
Plenário, e aceito pelo Governo. Não repassaram e depois chantagearam a APAE,
dizendo que não renovariam as bolsas. Então esse é o PT! E o PT quer, agora,
pressionar todas as Lideranças de oposição para votar, aqui, determinadas
Emendas que vão amarrar o administrador futuro.
Então,
eu acho que temos que ser coerentes, temos que, de repente, estar unidos,
trabalhar em prol da Cidade, abrirmos mão de alguma coisa que, individualmente,
poderia até fazer com que nós nos satisfizéssemos dentro das nossas áreas de
atuação, mas acredito que não se pode, a essa altura dos acontecimentos,
colocar em risco estas Emendas da forma como as estamos colocando, Verª Clênia
e Ver. Wilton. Se nós votarmos da forma como nós estamos votando.
Acho
que é muito temerário continuar a votação nesse diapasão, porque nós vamos
correr o risco de aprovarmos, no bojo de tudo isso, algumas Emendas que
realmente nós todos não gostaríamos de ver praticadas com relação ao Orçamento
do próximo ano.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O conjunto de Emendas, denominado de Bloco 3, arroladas para serem votadas em bloco, nós não vamos discutir o mérito, pois, na sua maioria, trazem méritos indiscutíveis. Não é essa a questão que se está discutindo. Mas o novo Governo que passa a administrar a Cidade pede à Casa para que se procure um ajuste diante das referidas Emendas.
A
Verª Clênia Maranhão montou esse conjunto de Emendas a serem votadas em bloco,
depois de conversar com a maioria dos Vereadores, e eu gostaria, porque é
importante e fundamental, de chamar a atenção do testemunho do Ver. Carlos
Pestana, que tem com a Bancada do PT uma base forte, e nem precisaria dizer, de
que vai acompanhar a Verª Clênia, Ver. Juarez Pinheiro, nessa proposição.
Então, é nesse rumo que nós queremos conduzir as coisas, no sentido de termos
uma decisão. Isso não significa fechar as portas com alternativas para o
próximo ano, para se resolver as questões ligadas a todas essas Emendas. A Casa
está aberta para dialogar, nem pode ser diferente; Governo tem de dialogar com
o Parlamento. O Governo Municipal tem de falar com os Vereadores, isso é fundamental
para que desenvolva os seus projetos, e, quanto a isso, o Governo se coloca à
disposição.
Então,
fica aqui o apelo, Ver. Cláudio Sebenelo, diante desse quadro de dificuldades
que se coloca para que se rejeite, em bloco, o Bloco 3, mesmo com o sacrifício
que todos que têm Emenda deverão fazer, mas que se oportunizem essas condições
para a Administração. Portanto, fica aqui a nossa manifestação, na certeza,
Verª Clênia Maranhão, de que esse bloco de Emendas será rejeitado, porque, do
contrário, nós teríamos situações insustentáveis do ponto de vista do Governo
que inicia a sua Administração agora no próximo ano. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº
047/04.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria pedir a atenção dos Srs. Vereadores e
das pessoas presentes aqui, que nos acompanham, a votação de um Orçamento é
sempre uma votação de difícil compreensão, porque é um tema técnico.
Normalmente os orçamentos são acrescidos de inúmeras emendas e, muitas vezes,
na hora da votação dessas, do debate para votá-las em bloco, há uma certa
dificuldade de compreender o processo que nós estamos discutindo. Eu queria
pedir a atenção dos Srs. Vereadores para dizer que o que nós estamos
discutindo, neste momento, para votar, é um bloco de emendas que foram as
Emendas rejeitadas pelo parecer da CEFOR, da Comissão de Finanças e Orçamento.
Nós estamos votando um
Orçamento que será administrado por um novo Governo. Portanto, nós estamos
procurando discutir isso sob a lógica desse novo momento político. Eu queria,
inclusive, registrar que nós estamos encaminhando esse processo de discussão entre
nós, os Vereadores e Vereadoras, numa lógica que está em sintonia com a lógica
das negociações políticas desse processo que o próprio Executivo está
estabelecendo, que é a lógica do diálogo, da negociação desse processo de
transição.
Há
os Vereadores que compuseram a base de apoio do futuro Prefeito. Eu fiz uma
discussão com todas as Bancadas, e quero aqui da tribuna reafirmar o nosso
compromisso, que é o compromisso do diálogo, inclusive com o próximo Governo,
para que possamos examinar detalhadamente o conjunto das propostas desses
Vereadores, aos Vereadores da Bancada do Governo atual, inclusive que temos
estabelecido nesse processo de formação deste novo Orçamento, o compromisso de
prosseguirmos com esse diálogo que estamos tendo, através do Líder da Bancada
do PT.
Estamos,
então, pedindo aos Srs. Vereadores e às Srªs. Vereadoras que possamos acelerar
este processo de votação, votando o conjunto dessas Emendas deste Bloco, que
são as Emendas rejeitadas pela CEFOR e que evidentemente prosseguiremos o
debate e as negociações, tendo como pauta os interesses da Cidade.
Eu
acho que esse processo eleitoral que vivemos foi marcado por esse processo de
diálogo. Evidentemente essa postura política será a condutora dessas
negociações. Com isso, eu queria tranqüilizar quanto a tudo aquilo que possa
gerar algum nível de ansiedade, e dizer que aquele compromisso que nós,
individualmente, assumimos com todas as Bancadas, é uma posição política de
responsabilidade de um Partido, que é o PPS. Eu, como Líder desta Bancada, e o
Ver. Wilton Araújo assumimos esse compromisso, e queremos aqui reafirmá-lo
publicamente, e dizer que temos a responsabilidade de sermos o Partido que
elegeu o Prefeito da Cidade nessa grande frente política; e queremos continuar
com o mesmo nível de diálogo, com o mesmo nível de compromisso e com a
responsabilidade da manutenção dos compromissos que, enquanto Líder desta
Bancada, estabeleci com vocês nesse processo de diálogo.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, acho fundamental, desta tribuna, fazer
alguns esclarecimentos. Primeiro, ao Ver. Luiz Braz. Quero informar a V. Exª,
Ver. Luiz Braz, que a APAE recebeu, em 2003, 120 mil reais, e em 2004, 90 mil
reais. Não vou cometer nem a injustiça, nem o desrespeito e nem a indelicadeza
que V. Exª cometeu com a minha pessoa. Na minha trajetória nesta Casa, apesar
das divergências, que foram muitas, procurei sempre manter o tom respeitoso.
Então, acredito que V. Exª estava mal-informado quando veio aqui me chamar de
imoral em função da emenda da APAE; vou atribuir a isso para que essa discussão
não prossiga nesses termos desqualificados que não contribuem para elevar o
nível do nosso debate, um debate importante que é o debate do Orçamento.
O
segundo esclarecimento, que acho fundamental que a gente faça, é que nós
estamos sendo coerentes com a nossa trajetória: esse é o nosso Orçamento, que
foi aprovado com o nosso voto na Comissão de Orçamento. Quem está sendo
contraditório é a oposição, pois parece que fez as emendas para um Governo de
oposição; não fez as emendas para a cidade de Porto Alegre. Não somos nós que
estamos desmontando este Orçamento. Eu acordei com a Líder do futuro Governo
esses blocos e essa posição. Foi cobrado da Bancada do PT se iríamos manter a
coerência. Então a contradição, Ver. Sebastião Melo, não é nossa, e acredito
que não é de V. Exª, mas é daqueles que fizeram as emendas pensando num
cenário, que era o cenário da sua derrota eleitoral.
Nós
estamos sendo absolutamente coerentes, mais do que coerentes, estamos dando
todas as condições para que o próximo Governo assuma o Orçamento nos termos e
nas condições que eles propuseram; não fomos nós quem viemos aqui defender esse
Orçamento, foi também a Bancada do futuro Governo. Por isso, Ver. Beto Moesch,
infelizmente, ao contrário de outras discussões com as quais nós pudemos
incorporar algumas de suas sugestões, neste debate nós não vamos poder fazê-lo,
porque há um compromisso, sim, com o futuro Governo, porque o próximo Orçamento
não vai ser administrado por esta Bancada.
Quero
registrar que a posição do Partido dos Trabalhadores, a posição da Frente
Popular é uma posição coerente, é uma posição clara, é uma posição
transparente, pois desde o início deste debate vem dizendo que vai manter
aquelas demandas do Orçamento Participativo, que vai manter na essência este
Orçamento, porque nós o construímos com a participação popular, com o nosso
apoio e com o nosso Governo. Agora, o que não se admite é faltarem com a
verdade e nos acusarem de estarmos desmontando o próximo Orçamento, porque este
Orçamento está sendo construído com a base de apoio do futuro Governo. Houve um
acordo aqui e é esse acordo que nós estamos cumprindo. O Ver. Elói Guimarães
veio aqui, resgatou e pontuou no nosso debate dizendo: “O Ver. Carlos Pestana,
Líder da Bancada, se comprometeu”, e, de fato, nós temos o compromisso de
manter este Orçamento exatamente nos termos em que foi aprovado pela Comissão
de Orçamento e vamos seguir isso à risca. Isso é clareza, isso é coerência,
isso é transparência no encaminhamento da coisa pública. Volto a colocar: vai
dizer todas as condições para que o futuro Governo, no dia 1º de janeiro, tenha
plenas condições de administrar um Orçamento enxuto, sem déficit, que tenha
condições de manter uma alta capacidade de investimento no sentido de
solucionar os problemas da nossa Cidade. Esse é o nosso compromisso e esse é o
Orçamento que construímos com a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar a votação do bloco das Emendas destacadas ao PLE nº 047/04.
O SR. RAUL CARRION: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que acompanham os trabalhos aqui e em casa,
nós procuraremos falar de forma muito breve para não usar os cinco minutos e
agilizarmos a votação. Mas não poderíamos, depois dos debates acirrados do dia
de ontem, que em alguns momentos ultrapassaram o nível do debate parlamentar,
com agressões - não de nossa parte, mas como vítima dessas agressões verbais -,
nós queríamos dizer que vamos votar, Verª Clênia Maranhão, nesse bloco de
Emendas, coerentes com a linha que traçamos no primeiro voto no dia de ontem. O
que nós dissemos? Existe uma Comissão de Orçamento desta Casa, essa Comissão é
plural, representada pela pluralidade da Casa e essa Comissão definiu um
relatório. Nós votaremos a favor das Emendas que esse relatório definiu e
contrários às Emendas que o relatório derrotou. Sempre abertos, como todos os
anos, para entendimentos de Plenário entre o Governo e os Vereadores, até para
algumas Emendas fora do relatório. Quero lembrar que em todos os 16 anos da
Administração Popular, essa foi a linha da Frente Popular. Vota-se o Relatório
da CEFOR; os outros, se ainda existirem, negociam-se, e se dizia que era,
digamos, uma patrola. Pois, agora, no dia de hoje e no dia de ontem, observamos
o seguinte: sequer o relatório da CEFOR estava sendo respeitado, tanto que uma
Emenda do Ver. Professor Garcia foi derrotada: a Emenda da APAE estava
destacada, porque não estava no Bloco previsto para aprovar. Foi aprovado, no
Bloco da CEFOR, um conjunto, e as outras foram destacadas, porque não seriam
aprovadas. E foi só através de muita luta, no dia de ontem, que nós conseguimos
reverter esse quadro, praticamente todas as emendas do Relatório serão
aprovadas.
E,
agora, nós acompanharemos, Verª Clênia Maranhão, o Bloco que V. Exª negociou,
porque o objetivo da Bancada do PCdoB e da Frente Popular não é criar uma
situação de dificuldade para o novo Governo, nós temos a preocupação com a
Cidade. Portanto, neste momento, levando em conta a solicitação da Bancada do
futuro Prefeito de Porto Alegre, nós votaremos - e, acompanhando a CEFOR, as
duas indicações - contrariamente a essas Emendas que foram destacadas através
de um acordo até das Bancadas de futura situação, que nós respeitamos.
Então,
é este o encaminhamento - e eu ressalto: coerente com o que dissemos na
primeira votação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Sebastião Melo, o Bloco das Emendas ao PLE nº 047/04. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADAS por 04 votos SIM e 21 votos NÃO.
Tenho
em mãos a Declaração de Voto firmada pelo Ver. Reginaldo Pujol. (Lê.):
“Nossa
posição é coerente. Não há como se nivelar as várias situações aqui colocadas.
(a) Ver. Reginaldo Pujol”.
O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Srª Presidenta, requeiro que votemos
agora, em separado, as Emendas nºs 49, 50 e 51, apostas ao PLE nº 047/04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Carlos Pestana, que propõe sejam votadas as Emendas nº 49, 50 e 51,
individualmente. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós , há pouco tempo, votamos um Requerimento que
englobava cerca de 50 Emendas que haviam sido rejeitadas pela Comissão de
Finanças e Orçamento, e que representavam situações absolutamente díspares, e
que, englobadas numa só situação, acabaram ensejando uma rejeição maciça, o
que, no meu entendimento, é uma violência que se faz, inclusive, sobre os atos
legislativos.
Agora,
nos submetem um novo Requerimento, Ver. Sebenelo, para votarmos três
privilegiadas emendas que foram retiradas, meu caro Ver. Mário Fraga, daquele
rol para serem isoladamente debatidas. Eu não sei, nessa confusão total, o que
dizem essas três Emendas. Eu presumo que elas falem de situações diferentes. No
entanto, elas serão votadas juntas. Nós estamos hoje, aqui na Casa, esta é a
verdade, e eu quero deixar claro, porque pode ser entendido como “esperneio de
derrotado”, mas ...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Morais): Só um momento, Ver. Reginaldo Pujol.
Gostaria de solicitar à assessoria técnica que aumentasse o volume do som, por
favor.
O SR. REGINALDO PUJOL: Recomeço na tentativa de colocar a
posição, dizendo que nós estamos enfrentando um Requerimento de votação de três
Emendas que foram retiradas do rol daquelas cuja não-aprovação havia sido
recomendada pela Comissão de Finanças e Orçamento, e elas, privilegiadamente,
agora são analisadas separadamente.
Com
a experiência anterior de colocar tudo num único rol, eu só aprovei essa
maneira porque só se consegue votar essa quantidade imensa de Emendas num bloco
só quando se tem a tranqüilidade de dizer: “Vamos aprovar essas Emendas”. O
entendimento que eu tive é que eu estava votando um Requerimento para as
Emendas que se apresentaram como consensualizadas, que o consenso fosse a
aprovação, e que as outras três, Ver. Juarez Pinheiro, essas sim, é que teriam
motivo para discussão. Tradicionalmente é isso que se faz. Ledo engano meu, e
nós, às vezes, cometemos esses equívocos. Então, aprovei o que foi, para mim, a
sepultura de uma série de propostas que nós temos trazido a esta Casa, ano após
ano, que dizem respeito a legítimas reivindicações da comunidade de Porto
Alegre e que nós gostaríamos de ver registradas no Orçamento, a fim de que se
tivesse o que reivindicar no próximo ano e não se voltasse a situações até
agora vivenciadas em Porto Alegre que têm os nossos pedidos negados pela
inexistência de dotação orçamentária. Para que não se ficasse, mais uma vez, à
mercê de outras instituições senão a vontade desta Casa.
Aliás,
essa tem sido uma discussão que deixou de ser acadêmica para ser uma decisão
absolutamente concreta: deve ou não deve um Vereador contribuir na indicação
das prioridades? Era isso o que nós pretendíamos fazer.
Agora,
então, há três Emendas. Essas três Emendas que foram afastadas, eu não vejo por
que se tenha que discuti-las englobadamente, são matérias diferentes. Pelas
mesmas razões por que me sinto violentado, por que me sinto prejudicado, porque
votadas em bloco cinqüenta emendas diferenciadas entre si - e demos a todas elas o mesmo tratamento - nivelamos
todas as situações. Para se derrotar emendas nós temos que analisá-las
isoladamente, Ver. Sebastião Melo, sem fazer convênios, acordos, para em bloco
derrotar-se mais de cinqüenta emendas, ou três emendas, ou duas emendas. Quando
se faz esse tipo de composição, ou as matérias têm similaridade entre si, e não
havia no caso anterior, ou é para abreviar o processo legislativo, fazendo uma
aprovação em bloco, nunca uma rejeição em bloco.
Por
isso, Srª Presidente, eu estou dizendo que malgrado as razões que tenham
motivado o ilustre Ver. Pestana a fazer esse Requerimento para serem votadas em
conjunto as três Emendas, eu me manifesto contrário. Quero que as Emendas sejam
discutidas e votadas.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Sebastião Melo.)
O SR. REGINALDO PUJOL: É individual? É voto a voto? Bom, eu
entendi, vejam bem como as coisas são apresentadas sem clareza. Eu consulto o
Ver. Pestana e consulto a Mesa, Srª Presidente, se o Requerimento pede que seja
votada emenda a emenda, ou as três Emendas em conjunto. Não ficou claro. Eu
quero que fique claro isso.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Requerimento do Ver. Pestana foi de que
se examinassem as três, mas que fossem votadas emenda a emenda.
O SR. REGINALDO PUJOL: Se for Emenda a Emenda, eu fico
favorável a que se vote o Requerimento. Eu havia entendido...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Foi assim que eu compreendi.
O SR. REGINALDO PUJOL: Então agradeço pelos esclarecimentos de
V. Exª e concluo o meu pronunciamento dizendo que estou a favor de que seja
votada emenda a emenda.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos
Pestana.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, eu tinha
ouvido claramente que o Requerimento do Ver. Pestana era de votação em bloco
das Emendas. Se isso foi retirado, muda de figura o Requerimento. Porém eu
gostaria de dizer que neste debate sobre o Orçamento e suas Emendas nós estamos
cansados de ceder.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Desculpe-me, Ver. Cláudio Sebenelo, eu
assegurei o tempo de V. Exª. Num primeiro momento eu havia entendido votação em
bloco também, depois ele corrigiu dizendo que a votação seria emenda a emenda.
Só para corroborar com a sua impressão, que foi a mesma.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado. Num primeiro momento, na
outra votação, eu entendia que aquela relação feita, no Bloco 3, era para ser
aprovada em bloco. Para a minha surpresa, foi rejeitada em bloco; inclusive
prejudicando emendas corretíssimas e de um significado social inestimável. Acho
que com esse ônus nós já estamos acostumados, porque várias vezes o Partido dos
Trabalhadores, a sua Bancada - especialmente quando o Presidente era o Ver.
João Motta -, pediu que eu retirasse a Emenda para não prejudicar a área
publicitária do Governo e que isso seria negociado depois na Secretaria de
Planejamento. O Secretário de Planejamento esteve cem vezes aqui e nunca honrou
a sua promessa. E eu cansei de ser passado para trás.
Portanto,
se uma Emenda é votada para ser negociada posteriormente, é votada e tem valor
de lei. Por isso acho que essas questões de destaque de Emendas e
principalmente em relação à forma como foi apresentada, prejudicou a cidade de
Porto Alegre. Exatamente ao contrário do que se disse. E acho que prejudicou um
número muito grande de pessoas que seriam beneficiadas - creches, crianças -,
e, desgraçadamente, eu registro mais uma vez o meu desencanto com a forma como
foi encaminhada, e, mais do que isso, com essa aurora de um Governo que começou
assim é que se está com esse tipo de problema. Por favor, precisamos parar e
pensar novamente, porque não são essas as promessas de campanha.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs, eu havia preparado outra
intervenção, Ver. Sebastião Melo, mas as palavras finais do Ver. Cláudio
Sebenelo, meu amigo, foram lapidares no sentido de que aquilo que, Verª Sofia,
o Raul Pont dizia na campanha, de que atrás desse biombo se escondiam muitos
interesses, era absolutamente correto.
O
Ver. Cláudio Sebenelo, um dos maiores defensores do “Partido da Mudança”,
declara, na primeira Sessão de votação do primeiro Orçamento do novo Governo, o
seu desencanto e a sua preocupação com a cidade de Porto Alegre.
Bom
seria, Verª Maria Celeste, que o Ver. Sebenelo, quando fazia a campanha,
tivesse se detido antes nos interesses que estavam atrás dessa conjugação de
forças - isso ficou demonstrado aqui. É importante sublinhar o seu desencanto
com o que está acontecendo hoje aqui, que, diga-se de passagem, não é culpa da
Verª Clênia Maranhão, que sempre agiu nesta Casa, quando era oposição, com
muita ética, respeitando seus colegas, sendo uma pessoa de grande valor, e
hoje, de novo, aqui, quando procura fazer com que a votação ocorra com a maior
correção do ponto de vista legal, do ponto de vista ético.
Mas
a Verª Clênia Maranhão, por mais condições que tenha, não tem como compor
tantos interesses conflitantes, como esses que fazem parte do “Partido da
Mudança”.
Eu
pedi ao Ver. Luiz Braz que ele fizesse uma autocrítica, e ele acusou a Bancada
da Frente Popular de estar destruindo as condições do novo Governo para compor
seu Orçamento. Pois nós, Ver. Luiz Braz, estamos votando com o Relator e como
pediu aqui a Líder do PPS, a nobre Verª Clênia Maranhão; portanto, ou V. Exª
equivocou-se do ponto de vista do entendimento, ou a Verª Clênia Maranhão não
está defendendo os interesses do “Partido da Mudança”.
Nós
queremos, aqui, Ver. Luiz Braz, fazer a discussão em separado dessas Emendas
porque, ao longo dos anos, esta Casa debruçou-se na discussão se o Orçamento,
se as suplementações teriam ou não que ter freios por parte do Legislativo. Não
poderia passar batido aqui, Ver. Luiz Braz, esse assunto, sob pena de esta
Câmara de Vereadores se ater a um capitis
diminutio, porque, inclusive, esse processo foi parar na Justiça no ano que
passou, porque se queria, no Governo do Partido dos Trabalhadores, do PCdoB, do
PSB, criar dificuldades para a execução orçamentária. Precisou o Poder
Judiciário entrar nessa discussão para que as coisas fossem colocadas em bom
termo.
A
Sessão de hoje, Ver. Carrion, é lapidar para desmascarar de uma vez por todas o
que está atrás desta discussão: ela mostra de forma evidente a coerência do PT
e da Frente Popular, que não buscam criar nenhuma dificuldade para que o
próximo Governo se estabeleça, nenhuma dificuldade! Apontem-me uma que nós
estejamos criando! Ao contrário, o “Partido da Mudança” procura, aqui, buscar
um eixo, uma centralidade política que não vai encontrar nos quatro anos,
porque não há como compor tantos interesses diferentes simplesmente numa lógica
de antipetismo, numa questão preconceituosa contra a esquerda, contra o
Orçamento Participativo e contra os Partidos que compõem a Frente Popular.
Nós
queremos votar as Emendas em separado, porque são assuntos relevantes. E fora a
minha emissão de juízo, Ver. Luiz Braz, que é da minha visão, logicamente - eu
respeito a sua posição -, eu acho que V. Exª deve a esta Casa uma vinda à
tribuna para fazer uma autocrítica. Porque nós estamos tendo coerência, nós não
estamos criando nenhuma dificuldade para o “Partido da Mudança” que V. Exª
compõe; nós estamos oferecendo aqui aquilo que nos é pedido pela sua Liderança,
a nobre Vereadora Clênia Maranhão. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Mário Fraga está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana.
O SR. MÁRIO FRAGA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, venho encaminhar, em nome da Bancada do PDT, neste momento
representada por mim e pelo Ver. Isaac Ainhorn, contrariamente ao Requerimento
do Ver. Carlos Pestana, pois até o momento nós estávamos seguindo uma linha e,
agora, de uma hora para a outra, nós mudamos. Encaminho contra principalmente
baseado no Requerimento que rejeitou as Emendas da Secretaria Municipal de
Esportes: duas Emendas no valor de um milhão de reais. Elas foram colocadas num
pacote de rejeição de 48 Emendas. Então, neste momento, a Bancada do PDT se
posiciona contra o Requerimento. Nós somos pela aprovação da votação das três
Emendas, em conjunto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
Em votação a Emenda
destacada nº 49 ao PLE nº 047/04. (Pausa.) O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 49 ao PLE nº 047/04.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores. Ver. Sebastião Melo, falo para todos os Vereadores,
falo para a cidade de Porto Alegre, mas falo com alguma especialidade para V.
Exª Existe uma frase célebre que diz que em matéria de princípio, o primeiro
princípio é manter os princípios.
O
que, Ver. Elói Guimarães, nós estamos fazendo, hoje, aqui, é manter a
coerência. É uma demonstração para os Anais desta Casa, é uma demonstração para
a Cidade da força política que não foi vencedora, eleitoralmente, na última
eleição, mas que não perdeu o seu rumo político, porque tem base ética, porque
tem ideologia.
Vereadores,
chamo a atenção que no Governo Olívio a oposição, comandada pelo Partido do
Ver. Sebastião Melo, decidiu que tinha que colocar amarras no Orçamento para
não permitir que uma parcela dele pudesse ser suplementada de forma automática
pelo Governo do Estado. Tinham maioria na Assembléia Legislativa e conseguiram,
e fizeram com que no Governo Olívio, de 1998 a 2002, o Orçamento, Verª Clênia,
tivesse um freio, por projeto e atividade, o que não havia no Governo Britto, e
o que é pior, foi retirado quando o Governador Rigotto foi eleito. O mesmo PMDB
comandou a retirada de algo que colocou para impedir que Olívio tivesse as
reais condições de bem administrar este Estado.
Pois
aqui, nesta Casa, o Ver. Sebastião Melo, por três anos seguidos, tentou
inviabilizar o Orçamento ou, pelo menos, colocar amarras, não possibilitando o
que existe em todas as peças orçamentárias de Municípios, de Estados e existe
na União, que é uma parcela do Orçamento para questões emergenciais não
previstas, de poder ser suplementada pelo Prefeito, pelo Governador.
Pois
no último ano, pior que o Ver. Sebastião Melo, o Ver. Luiz Braz apresentou uma
Emenda - que nós dizíamos que era inconstitucional e ilegal - para impedir a
partir do momento em que estabeleceu o percentual de 0,2% para suplementações
automáticas. A Bancada do PT, por este Vereador, teve de recorrer ao
Judiciário. Ganhou em Primeiro Grau; está ganhando em Segundo Grau,
possivelmente, pela posição da Desembargadora-Relatora, no sentido de dizer que
isso não era legal, não era ético, não era constitucional e não era legal.
Pois
hoje, Verª Celeste, nós não fomos vencedores no último processo eleitoral, e
vamos manter a coerência! Porque nós não temos dobradiça na coluna! Não
trabalhamos por conveniência! Nós trabalhamos com princípios! Nós trabalhamos
em cima de base ética! Não seremos nós, Ver. Sebastião, que não aceitamos, ao
longo dos quatro anos, três anos ganhando na política de V. Exª e um ano
ganhando no Judiciário, infelizmente tendo de buscar no Judiciário, entrando
com mandado de segurança contra a Presidente da Câmara, que iríamos agora mudar
o nosso critério porque não somos Governo. A Bancada do Partido dos
Trabalhadores não vai acompanhar Vossa Excelência, por questão de critério,
questão de ética, questão de postura.
Isso
não significa, Ver. Sebastião Melo, que eu esteja fazendo crítica a V. Exª,
porque V. Exª está tendo coerência também, e eu tenho de registrar isso. Porque
também, a nosso modo, fez isso aqui quando nós éramos Governo e agora, participando
desse biombo do “Partido da Mudança” mantém o critério no sentido de que o
Orçamento do novo Prefeito Fogaça tenha limites, no que tange à suplementação,
sendo por projeto de atividade e não mais pelo Orçamento. Só que V. Exª não tem
coerência, no ponto de vista partidário, porque no Governo Britto não havia. No
Governo Olívio, o Partido de V. Exª amordaçou o Orçamento e, depois, quando
assumiram novamente com o Governo Rigotto, retiraram as amarras do Orçamento.
Portanto,
reconheço que aqui na Casa, V. Exª mantém a coerência, mas, como dirigente
partidário da Direção Estadual do PMDB, não há coerência, porque são dois
princípios diferentes que são aplicados, não por V. Exª, mas pelo seu Partido.
Agora, aqui na Casa, como bem já disse o Ver. Líder da Bancada, Ver. Pestana, é
uma demonstração que a Frente Popular dá à Cidade de coerência, não fomos os
vencedores, mas não é por isso que vamos mudar aquilo que se pensa, os nossos
critérios, os nossos princípios.
Termino:
em matéria de princípios, Ver. Luiz Braz, o primeiro princípio é não violar os
princípios. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA( Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda destacada nº 49, aposta ao PLE nº 047/04.
Mas
eu quero dizer que esta Casa “comeu mosca”, quando votou a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, colocando alguma coisa que era boa para o PT, porque o PT jamais
imaginou que não seria Governo em 2005, e aí, colocou o seguinte: que a
suplementarão poderia ser, no mínimo, 3%, inclusive, eu me lembro que nós só
nos preocupamos em corrigir o percentual e não vimos aquela redação que era
realmente um “pega-ratão” para toda esta Casa, e a Casa caiu; que era “no
mínimo” 3%. Quer dizer, poderia suplementar de forma ilimitada, de acordo com a
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O
Ver. Melo corrige dentro dos limites possíveis, Ver. Juarez, eu não poderia
fazer, por exemplo, mesmo se quisesse, uma Emenda que já fiz aqui, confesso a
V. Exª, já fiz, que é a do 0,25% que está sendo ainda discutida na Justiça, mas
que já não tem mais interesse, porque, afinal de contas, o Orçamento de 2004
praticamente vai chegando ao seu final, perde praticamente o interesse da
manifestação do Judiciário.
O
Ver. Sebastião Melo coloca uma Emenda que diz que a suplementação máxima pode
ser de 4%. Eu acho que está bem, porque afinal de contas eu acredito que a
suplementação não pode ser tão grande assim que não permita que esta Casa saiba
o que está sendo mexido dentro do Orçamento, porque, quando se suplementa, 4% é
sobre o valor total do Orçamento. Nós temos um Orçamento de 2 bilhões e 200
milhões de reais. Ora, se nós formos aplicar 4% em cima disso, teremos uma
suplementação realmente muito grande, uma suplementação enorme que pode ser
colocada em qualquer uma das rubricas, a qualquer instante, sem ser perguntado
absolutamente nada a esta Casa. Não significa que o Poder Público, que o
Executivo não vá poder fazer outro tipo de suplementação, só que, quando quiser
fazer a suplementação, vai ter de pedir para esta Casa. E é por isso, Ver.
Pestana, que na época do Governo de V. Exª, eu sempre quis que a suplementação
fosse baixa não para impedir que o Governo pudesse governar, mas que passasse
por aqui. Desta vez é impossível nós reduzirmos mais, porque, afinal de contas,
o mínimo é 3%, podia até ser uma emenda de 3%, mas a Emenda de 4%, do Ver.
Sebastião Melo, eu acho que deixa bem, eu acho que não engessa, eu acho que dá
uma liberdade muito grande. Olha vai dar uma liberdade aí de 80 milhões de
reais para ser suplementada onde quiser, para colocar onde quiser. É muito
dinheiro, é muita suplementação!
Eu
até acredito, Verª Margarete, eu que sempre fui um defensor do Legislativo, que
esta Casa deveria sempre deixar as suplementações do Executivo mais baixas para
poder chegar na época de negociação, quando nós também aqui precisarmos de
suplementação, nós podermos negociar, eu sempre fui a favor disso e não vou
realmente mudar o meu discurso, porque acho que nós do Legislativo devemos ser
assim, nós temos por obrigação fiscalizar o Executivo, e as formas, as maneiras
que nós temos de fazer essa fiscalização, uma delas, pelo menos, é exatamente
dentro das suplementações.
Eu
vou votar favoravelmente à Emenda do Ver. Melo, não faz justiça o Ver. Juarez
Pinheiro, quando diz que o seu Governo sempre queria também esse tipo de
suplementação. Não, as suplementações que eram pedidas aqui, na maioria das
vezes, eram suplementações de 10%. Nós baixávamos para 4%, para 3%, para 5%,
mas as suplementações, na maioria dos casos, eram suplementações pedidas, na
maioria dos processos, de 10%. Eu acho, realmente, que isso é em demasia.
Jamais vou aceitar aqui, em qualquer Governo, uma suplementação desse tipo.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 49, aposta ao PLE nº 047/04.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o que diz a Emenda nº 49, que se discute agora?
Diz, objetivamente, o seguinte (Lê.): “Inclui parágrafo 1º no art. 4º - Na
abertura de créditos suplementares observar-se-á o limite de 4% da despesa
fixada”. O que diz o art. 4º? Diz que fica o Executivo Municipal, de acordo com
o disposto nos artigos 7º, 42 e 43 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de
1964, e pela Constituição da República Federativa do Brasil, autorizado a abrir
créditos suplementares, bem como a realizar operações de crédito para cobertura
do déficit e por antecipação de receita, nos termos do art. 7º da Lei nº 9.583,
de 26 de agosto de 2004 – LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Ora,
o Ver. Juarez Pinheiro, em belo pronunciamento, faz apologia da coerência, e,
evidentemente, com isso, traz ao debate discussões anteriores que esta Casa já
teve, sobre as quais se referiu o Ver. Luiz Braz. Evidente que, neste momento
da vida pública brasileira, parece incrível que cobrar coerência passou a ser
até uma coisa não muito comum, porque nós estamos naufragados na incoerência
das incoerências, com os governos se elegendo com discurso e praticando um
discurso completamente diferente após o processo eleitoral. Eu quero dizer a
todos, nesta hora, que é muito mais importante a gente saber se comportar bem
na vitória do que saber assimilar uma derrota. Em determinada eleição que eu
perdia, disse que eu perdia em boa companhia, porque perdia com os meus
princípios, com as minhas posições e com os meus compromissos, querendo dizer
claramente o seguinte: que não é o resultado eleitoral, Ver. Sebastião Melo,
que eventualmente vai fazer com que eu possa mudar de posições sobre algumas
situações que, ao longo do tempo todo, eu tenho sustentado nesta Casa e fora
dela. A primeira delas Ver. Garcia, e V. Exª não se surpreenderá, eu acho que
nenhum governo, mesmo neste presidencialismo exacerbado que vive o País, pode
ter um cheque em branco dado pelo Executivo que lhe dêem poder ilimitados. E
não é o Governo que eu ajudei a eleger agora que irá fugir da regra; eu acho
que nenhum Governo pode ter a possibilidade de suplementar ilimitadamente o seu
Orçamento, porque isso desmoraliza o próprio Orçamento. Se tu podes suplementar
de forma ilimitada, Ver. Juarez Pinheiro, não é preciso Orçamento. Aí a gente
estimula as fixações orçamentárias, aí a gente estimula essa vida de
faz-de-conta que a gente viveu. Durante todo este período Legislativo, eu tenho
sustentado, até verberado contra uma prática de se subestimar a receita para
dar oportunidade que, no jogo da suplementação, se possa modificar até mesmo a
estrutura orçamentária que passa a ser um referencial absolutamente nulo.
Por
isso, ao longo do tempo, emendas minhas têm limitado em 4,2% a capacidade de
suplementação. Nós viemos progressivamente reduzindo este fato. O Executivo
sempre sustentava que deveria ser 10%.
Este
ano, não pediu, sequer, os 10%, porque quer mais do que 10%; quer ilimitado.
Então,
acho que a limitação em 4%, proposta na Emenda do Ver. Sebastião Melo, guarda
coerência com tudo que temos discutido ao longo do tempo. Até porque o Ver.
Melo me alertava que, ao se limitar a possibilidade de suplementação, estaremos
atendendo a um mandamento constitucional, que não permite a suplementação
ilimitada, que não permite a suplementação absoluta, capaz de ensejar,
inclusive, que se faça um segundo Orçamento. Se é ilimitado, podemos fazer um
novo Orçamento de suplementação.
Então,
Vereador, cumprimento V. Exª pela coerência, mas, nesse particular, V. Exª não
é o único nesta Casa, existem outras vozes com coerência ainda e com o enfoque
diferente de V. Exª. Vossa Excelência, por coerência, entende que qualquer
Governo pode suplementar ilimitadamente.
Nós,
por coerência, entendemos que nenhum Governo pode ter essa caneta tão especial
que permita desfigurar, por inteiro, um Orçamento, e desfigurar, inclusive, a
vontade parlamentar. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Srª Presidenta, é sobre a votação.
Solicitaria que a Mesa, pela Presidência, e com o auxilio da Diretoria
Legislativa, para elucidar a votação, pudesse nos fornecer o balizamento da
LDO, para sabermos o que ela diz sobre suplementação, para estarmos informados
no debate e na votação. Qual o dispositivo que fala sobre suplementação?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito à Diretoria Legislativa para
que providencie a informação solicitada pelo Ver. Juarez Pinheiro.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda
destacada nº 49 ao PLE nº 047/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, pediria a atenção dos colegas que querem compreender melhor esta
matéria, porque adentrei bastante na sua avaliação.
Esta
Casa, Ver. Juarez, para este exercício, limitou em 4,2%, com uma Emenda de
autoria do Ver. João Antonio Dib; hoje a Prefeitura está autorizada, se não me
engano, é de 4,2% a suplementação. Como tem sido a regra do jogo? A LDO
estabelecia um percentual máximo que, às vezes, era de 10%, e sempre vinha uma
emenda. Nesta LDO que nós aprovamos, houve o contrário, Ver. Luiz Braz; houve
um limitador mínimo, Ver. Maristela, sempre havia um limitador máximo; aqui,
houve um limitador mínimo. Essa é a diferença fulcral!
O
que diz a Constituição Federal, Verª Presidenta, no seu artigo 167? É vedada a
suplementação ilimitada. Eu estou dizendo, Ver. João Dib, que o mínimo da
suplementação é 3%. Então, se nós aprovarmos aqui o Orçamento dessa forma, nós
estamos autorizando o futuro Prefeito a modificar os dois bilhões e 185 milhões
para que ele faça o que ele quiser. É claro que ele não vai mexer, porque a Lei
também diz que é ilimitada a suplementação. A Lei, no art. 7°, também diz que,
para suplementar, o seguinte: No projeto de Lei Orçamentária constarão as
seguintes autorizações: para abertura de crédito suplementares, como segue: no
mínimo 3% do total da despesa autorizada. É disso que nós estamos falando.
Agora, pode autorizar, além disso: a fim de atender reajustes e demais despesas
de pessoal e encargos sociais. Está ilimitado. Ele pode ainda, referente à
conta da reserva de contingência, a fim de atender a despesas relativas à
aplicação de receitas vinculadas; ele pode ainda, para a realização de
operações de crédito para cobertura de déficit; ele pode ainda, para realização
em qualquer mês do exercício, em operações de crédito por antecipação de
receita, oferecendo garantias.
O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Exma Verª Margarete Moraes,
nós solicitaríamos uma interrupção desta Sessão para examinar um problema
técnico na votação desta Emenda.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Concedida a interrupção da Sessão para
melhor compreensão da Emenda nº 49 ao PLE nº 047/04.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 12h46min.)
A SRA. PRESIDENTE (Margarete Moraes -
13h14min): Estão
reabertos os trabalhos.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidenta, requeiro que votemos
inicialmente as Emendas nºs 50 e 51, para que, depois, possamos suspender a
Sessão por uma hora.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, eu quero fazer uma
colocação, especialmente dirigida à Verª Clênia. Eu presido uma Comissão, a
Comissão de Saúde. Nós, hoje, temos um debate, marcado há 30 dias, no Murialdo,
onde toda a comunidade já está nos aguardando. Eu estou me dirigindo para lá,
junto com o Ver. Oliboni e com os outros Vereadores da Comissão. Nós vamos
permanecer lá até às 17 horas, debatendo a possível municipalização ou não dos
serviços hoje prestados. Eu quero dizer, Verª Clênia, que, da nossa parte, não
há problema nenhum, o Plenário é soberano, mas nós não vamos estar aqui neste
debate, porque vamos ter que nos ausentar logo em seguida. Nós não temos como
continuar, aqui, hoje à tarde. Evidentemente, somos minoria, apenas gostaria de
justificar a nossa saída.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de dar a palavra à Verª Clênia
Maranhão, eu quero dizer que, consultando a Procuradoria e a Direção
Legislativa, na verdade, há uma impropriedade no texto, mas que neste momento
não cabem mais Emendas. Nós só podemos votar conforme essa orientação de
votação. Depois poderá haver novas soluções, como correções na CCJ - há essa
possibilidade -, na redação final do Projeto, ou os descontentes podem entrar
na Justiça também. Portanto, a proposta da Mesa é que se vote conforme a
orientação de votação neste momento. Mas eu colho o seu depoimento, Verª
Clênia.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidente, para tentar construir um
consenso em relação a esta Emenda, que é a Emenda nº 49, eu retifico o meu
Requerimento e solicito a V. Exª a suspensão da votação da Emenda nº 49, neste
momento, com o adiamento, e que votemos, preliminarmente, as Emendas de nº 50 e
51, depois voltamos à Emenda nº 49. Isso se enquadra dentro do Regimento
Interno da Casa.
Em
votação a Emenda destacada nº 50 ao PLE nº 047/04. (Pausa.)
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda
destacada nº 50 ao PLE nº 047/04.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente e Srs. Vereadores, depois
de uma paralisação, na tentativa de construção de uma composição em torno da
Emenda nº 49, nós voltamos à discussão, agora com o § 2º, que se busca incluir
no art. 4º, e que versa no sentido de que (Lê.) “Para efeito do disposto neste
artigo” - ainda estamos falando em suplementação – “é definido como base de
cálculo o valor da dotação orçamentária consignada em cada Projeto/Atividade
constante no Demonstrativo de Funções, Subfunções e Programas por Projetos e
Atividades.”
Evidentemente
esta Emenda seria prejudicada se nós já tivéssemos vencido a Emenda nº 49,
porque, se a Emenda nº 49 restar rejeitada, a Emenda nº 50 fica totalmente sem
sentido. Pois ao falar que “para efeito nesse artigo é definido como base de
cálculo o valor da dotação orçamentária consignada em cada Projeto/Atividade,
constando no Demonstrativo de Funções, Subfunções e Programas por Projetos”, se
não existe base de cálculo, se não existe limitador máximo, então essa Emenda
não tem sentido nenhum. Se for aprovada a Emenda anterior, a 49, tem toda a
razão de existir. Então, eu fico, Ver. Sebastião, com este problema.
Isoladamente esta Emenda não sobrevive. Ela está diretamente vinculada à Emenda
nº 49. E como eu pretendo votar a favor da Emenda nº 49, eu vou votar a favor
da Emenda nº 50. A Emenda nº 51 - também me alerta o Vereador - cai na mesma
linha. Não sei se vamos chegar ao final também tendo que encaminhar a votação e
pedir o adiamento da Emenda nº 50 e o adiamento da Emenda nº 51, já que todas
elas vão ficar vinculadas à Emenda nº 49, Verª Maria Celeste. Esta é a verdade,
porque logo em seguida vamos ter a Emenda nº 51, que diz que na publicação do
decreto para abertura de crédito suplementar da Administração Direta e Indireta
Municipal de Porto Alegre constará quadro demonstrando o montante acumulado dos
créditos abertos, independentemente da fonte de recurso, o valor do teto fixado
e o percentual da relação entre ambos. Não há teto por enquanto!
Não
quero eu criar nenhum impasse aqui na Casa, mas nós corremos o risco de aprovar
duas Emendas que depois percam o sentido por inteiro. Até,
Vereadora-Presidente, eu sugeriria – e o Ver. Sebastião Melo é o autor das três
Emendas – que se discutisse uma a uma, Ver. João Dib. Agora estou entendendo
que no impasse que se está criando com a Emenda nº 49, encaminhada e não
decidida, e com a dependência direta que as Emendas nº 50 e 51 têm com relação
à Emenda nº 49, não sei se não é de nós darmos como encaminhadas essas duas
Emendas e depois deliberar em conjunto sobre as três, porque há, inclusive,
prejudicialidade absoluta.
Não
aprovada a Emenda nº 49, perdem sentido a Emenda nº 50 e a emenda nº 51;
aprovada, dá para se discutir o mérito. Se o limitador dos 4% existir, nós já
estamos com a segurança tranqüila de que provavelmente até se dispense essa
limitação por função e subfunção. Então observo que os Srs. Vereadores não
estão levando em conta essa colocação, e, certamente, se não houver
entendimento diverso, vamos ter que enfrentar votação dentro em breve, dentro
dessa linha de raciocínio. Eu repito, correndo todo o risco de tornar a minha
decisão inócua, que, como sou partidário da aprovação da Emenda nº 49 pelas
razões que expus aqui da tribuna, razões inclusive de ordem legal, que impõem
um limitador, vou votar favoravelmente, se a Casa entender que tenha de levar à
votação à Emenda nº 50, correndo todo esse risco, isto é, de repente não
aprovam a Emenda nº 49, deixam a coisa sem limitador, então não tem o menor
sentido a Emenda nº 50, porque no caput
está assegurado um limite absoluto, amplo, geral, pode-se fazer um segundo, um
terceiro Orçamento até, suplementando-o, sem que a Câmara tenha a necessidade
de ser ouvida.
É
bom que se diga, até para que as pessoas entendam, que nenhum governo, mesmo
havendo o limitador de 4%, vai ficar impedido de suplementar além dos 4%; ele
ficará impedido é de suplementar além dos 4% sem ouvir a Câmara. Situações
excepcionais têm que vir para a Câmara. Ora, a margem de 4% já é ampla, é em
torno de 80 milhões, quase 100 milhões de reais, ou pode acontecer de
suplementar mais do que 100 milhões, por excesso de arrecadação, por fatos
novos. É preciso ser uma situação absolutamente inusitada, que não é o comum no
cotidiano deste País, deste Estado e desta Cidade.
Então,
era essa a colocação que eu tinha que fazer, até num desencargo de consciência.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda destacada nº 50 ao PLE nº 047/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Vereadora-Presidenta, Margarete Moraes,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, nós vamos começar lá pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias, quando o Projeto veio aqui para esta Casa. Ele indicava que a
suplementação deveria, no mínimo, ser de 10%. Se nós tivéssemos aprovado o
Projeto como ele estava, hoje nós não poderíamos fazer nenhuma Emenda que fosse
menor do que 10%. Nós resolvemos, então, naquela época, colocar uma Emenda
dizendo que o mínimo cairia para 3% e não mais para 10%, para que se pudesse
trabalhar agora, na Lei Orçamentária, um percentual que ficasse entre 3% e
alguma coisa que achássemos realmente, lógica; que não atrapalhasse o Governo
para fazer o seu trabalho.
O Ver. Sebastião Melo
coloca corretamente a Emenda nº 49, dizendo que, "no máximo". Porque
já há, na verdade, o parâmetro menor que é 3%, não podia ser menos do que 3%;
se o Ver. Sebastião Melo tivesse legislado para 2%, 2,5%, não podia. Ele só
podia trabalhar com 3% para cima. Então, ele trabalhou e colocou que, no
máximo, pode ser 4%. Eu acho que está absolutamente correto o Ver. Sebastião
Melo. Até não entendi por que o Ver. Sebastião Melo, faz as Emendas seguintes,
a nº 50 e a nº 51, que, na verdade, contrariam a Emenda nº 49, pois nós
aprovando a Emenda nº 49, acabamos, na verdade, não precisando votar essas
Emendas. Elas, de repente, teriam algum sentido antes, mas acho que a Emenda nº
49 mata tudo. Com a Emenda nº 49, se nós aprovarmos que é 4%, no máximo - nós
não temos um mínimo que é 3%? -, então, a Emenda nº 49 mata tudo, é 4%. Então
ficam 80 milhões de reais praticamente para se trabalhar em todas as rubricas.
Eu acho que fica bom; acho que fica muito bom! Eu, para o meu gosto, acho que
fica até em excesso, porque eu sempre trabalhei, na verdade, com parâmetros um
pouco menores, mas eu acho que fica bom, não precisa mais o que isso.
Eu acho que o Ver.
Sebastião Melo está absolutamente correto. Agora, a LDO, Ver. Sebastião, veio
evitar, por exemplo, uma disputa como aquela que hoje está na Justiça, que é
aquela Emenda que nós colocamos no Orçamento de 2004, que é de 0,25, na
suplementação. Já foi julgada em primeiro grau, mas ainda se encontra em grau
de recurso agora. Mas, quando se colocou no mínimo 3%, evita-se que se façam
disputas nessa base de um mínimo que talvez realmente ficasse insuficiente para
o trabalho do Executivo, muito embora eu goste, realmente, de trabalhar com
percentuais menores, porque esses percentuais menores dão oportunidade para que
nós possamos fiscalizar melhor as mexidas que se fizerem dentro do Orçamento.
Qualquer coisa que se for fazer dentro do Orçamento, qualquer mexida em
qualquer rubrica, vai precisar passar pela Câmara, em percentuais menores.
É claro que, com relação a
esses 4% do Ver. Sebastião Melo, vai custar até a vir para cá, até chegar aqui
uma necessidade de nós precisarmos realmente votar qualquer tipo de
suplementação, vai demorar, porque essa suplementação automática de 4% vai dar
uma liberdade grande para o Prefeito Municipal. É um monte de dinheiro, um
monte de recursos que ficam à disposição do Prefeito para que ele os possa
usar, realmente, dentro do seu Orçamento, da forma como ele achar melhor.
Eu
não vejo por que a Bancada do PPS se posiciona contrária a esta Emenda até
agora, eu acho que eles deveriam ser favoráveis a ela, porque nós sempre
trabalhamos aqui mais ou menos com este limite. O PT insistiu muito com o
limite de 10%, com o percentual de 10%, mas nós nunca permitimos que o
percentual de 10% prosperasse, nós sempre conseguimos baixar para 5% -
trabalhamos com 4,25% da última vez. Eu acho que esse percentual de 4% é realmente
um percentual muito bom e não é castrador com relação à próxima Administração,
é um percentual que dá as condições necessárias para o Prefeito poder fazer o
seu trabalho.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 50 ao PLE nº 047/04.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu pediria um minuto de atenção aos meus colegas,
uma vez que nós já nos aproximamos das 14 horas. Em primeiro lugar, eu quero
ratificar, Verª Clênia, que, desde o início do nosso mandato, essas Emendas, em
sendo analisados os Anais da Casa, não mudaram em nada, no que se refere ao seu
conteúdo. São as mesmas Emendas. Portanto, eu as apresentei independentemente
de questões eleitorais.
Eu
percebo, neste momento, que há um certo impasse. Eu estava conversando com o
Ver. Juarez Pinheiro, que é um companheiro do velho MDB de guerra, com quem
estive em muitas lutas advocatícias e políticas, um companheiro brilhante da
advocacia e da política, e queria dizer, desta tribuna, o seguinte: um dos
Projetos limita em 4%, mas eu quero registrar, Verª Clênia, que não há
problema, porque, neste Orçamento, o Prefeito João Verle está autorizado a
4,2%. Então, nós estaríamos, praticamente, fazendo o que o Prefeito João Verle
tem. Ora, se eu colocar 4% e limitar por atividade, aí eu estou engessando ao
quadrado. Ou seja, eu limito os 4% e digo: “O Prefeito só pode limitar, fazer
4%, para fazer a obra da Restinga, ou a do Campo da Tuca, ou a do Sarandi, ou
qualquer outra obra, mas em cima daquela obra”. No entanto, se eu retiro o
Projeto Atividade, eu permito aquilo que o Prefeito vem executando, que é fazer
a suplementação mudando rubrica a rubrica. Essa é a Emenda nº 50.
A
Emenda nº 51 não é problemática. Aliás, eu diria, Ver. Juarez - eu pedi à minha
assessoria que me trouxesse o Diário Oficial de Porto Alegre – mostrando que
hoje a Prefeitura já procede dessa forma. A Emenda não é problema. Mas, se ela
fosse problema, eu a retiraria. Não as retiro, porque não posso retirá-las. Mas
eu faço a seguinte proposta, aqui Ver. Pestana, Ver. Elói Guimarães, Verª
Clênia Maranhão, Ver. Wilton Araújo, eu proponho que votemos contrariamente às
Emendas nº 50 e nº 51, e aprovemos a Emenda nº 49. Essa é uma saída razoável e
equilibrada, para não criarmos problemas.
Agora,
a Emenda nº 51, na verdade, hoje, Ver. Juarez Pinheiro, está sendo cumprida
pelo Executivo, porque resume exatamente na publicação da suplementação de
verbas.
Por
exemplo, se a Casa autoriza uma suplementação de cem, e quando vier a
suplementar, precisa trazer o histórico da suplementação para que possamos
acompanhar a execução orçamentária. Eu quero dizer para vocês que eu sou um dos
Vereadores que acompanha a execução orçamentária. Aliás, o Renato, que é o
Auditor de Finanças Públicas, é instado por mim, praticamente todos os dias:
traz para mim a execução, vê qual foi a obra. Porque, tão importante quanto
votar o Orçamento é fiscalizar o Orçamento.
Eu
queria fazer, Ver. Raul Carrion, esta proposta, porque ela é razoável,
equilibrada e estou dando ao futuro Prefeito desta Cidade, José Fogaça, Ver.
Luiz Braz, as mesmas condições que já foram dadas - aliás, foi uma Emenda do
Ver. João Antonio Dib -, porque sempre na LDO, sempre no Orçamento vem com 10%.
Vossa Excelência apresentou uma Emenda de 0,25% e que, inclusive, suscitou uma
ação judicial, patrocinada pela Bancada do PT.
Então,
parece-me, Ver. Juarez Pinheiro, que é uma medida razoável. Se isso
sensibilizar a Verª Clênia Maranhão, que aqui responde, juntamente com o Ver.
Wilton Araújo, com o Ver. Elói Guimarães e com a Bancada do PTB, que são base
originária do Governo, eu quero dizer que é o meu gesto para contribuir, e
tenho absoluta certeza e a convicção de que os outros também o fazem com o
fito, com o objetivo de contribuir com a cidadania. Nós não vamos abrir mão de
poder; poder não abre mão de poder. A Câmara de Vereadores chegou onde chegou
porque abriu mão de poder. Não devemos abrir, não devemos engessar, mas devemos
fazer com que a Câmara Municipal fiscalize o que tem para fiscalizar e essa
sempre foi a nossa luta: a luta de 2001, a luta de 2002, a luta de 2003, a luta
de 2004 e será a luta de 2005 também. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 50 ao PLE nº 047/04.
O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes,
Presidenta desta Casa, demais Vereadores e Vereadoras, na verdade, nós estamos
discutindo a Emenda nº 50, do Ver. Sebastião Melo, que, independente da sua
proposta - depois vou opinar -, não só tínhamos o compromisso de votar contrariamente
à Emenda do Ver. Sebastião Melo, como votaríamos, de qualquer forma,
contrariamente, por ter sido negada pela CEFOR, mas, principalmente, Verª
Clênia Maranhão, porque, na Emenda nº 50, é o verdadeiro engessamento, e o
próprio Ver. Sebastião Melo reconheceu. Por quê? O nosso Orçamento é de 2
bilhões e cento e poucos; 4% - vamos partir da proposta do Vereador da Emenda
nº 49 - são 80 milhões; excluindo o pessoal, de 800 milhões, dariam 32 milhões.
Então, se for aprovada, a suplementação de 4% ficará em torno de 32 a 35
milhões, que é um valor razoável. Hoje, a atual Administração governa com
4,25%, sendo a diferença de 0,25%. Agora, se a Emenda nº 50 do Ver. Sebastião
Melo viesse a ser aprovada, aí a suplementação é para cada programa, para cada
obra, e fica totalmente engessado. O que, aliás, foi, durante todos esses anos,
Ver. Sebastião Melo, a sua estratégia: a de engessar o Governo da Frente
Popular. Só que, agora, se voltaria contra o Governo que o Partido de V. Exª
irá compor.
Então,
a sua retirada, evidentemente, ajuda a compor, porque nós iríamos derrotar, por
isso, nós vamos votar contra a Emenda nº 50. Dito isso, nós voltamos para a sua
proposta. Nós estamos achando que é, neste momento, a aprovação dos 4% a saída
para a Emenda nº 49. E, aliás, não é nenhum problema para o Governo, porque nós
estamos governando com 4,25%, conforme art. 4º, alínea a do Inciso I: “Até o limite de 4,25%”. E eu acho que, com isso,
nós colocamos um limite razoável. A Frente Popular nunca irá obstar toda a
suplementação necessária para a Cidade, é uma postura ética, de princípios, que
sempre tivemos e teremos, e, por outra parte, eliminamos o que eu entendo que é
um erro do próprio Projeto e, no caso, da própria Comissão que não percebeu o
problema que estava colocado.
Por
isso, Verª Clênia Maranhão, nós fazemos o apelo para que façamos, de consenso,
uma votação, derrotando as Emendas nº 50 e 51 e aprovando a Emenda nº 49, para
ter um limite mínimo na suplementação.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 50 ao PLE nº 047/04.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, acho que é importante nós fazermos
este debate e procurarmos, dentro do possível, resgatar os acordos, as
intenções e os compromissos assumidos.
De
fato, nós tínhamos assumido compromisso de votar todas aquelas Emendas que
tinham sido rejeitadas pela Comissão e de, igualmente, rejeitarmos pelo
Plenário. Essa era a idéia da Bancada, contudo, a gente pôde observar que, pelo
menos uma Emenda, que é a Emenda nº 49, na verdade, tem um problema de natureza
técnica, porque ela, inclusive, não estabelece nenhum limite de suplementação.
Como a nossa intenção é que o novo Governo tenha exatamente as mesmas condições
que nós tivemos quando Governo, ou seja, não queremos criar nenhum tipo de
dificuldade ou de limitação além daqueles com as quais a gente conviveu durante
esses quatro anos, nos parece razoável a proposta apresentada pelo Ver.
Sebastião Melo, que é a de rejeitar concretamente as Emendas nº 50 e 51, porque
nós nunca tivemos, durante a nossa Administração, nesses 16 anos, nem a questão
da necessidade de publicação, bem como a questão do projeto-atividade. Mas tem
razão o Ver. Sebastião Melo que, nesses últimos anos, nós temos governado com
um limite de 4,25% em todos os nossos orçamentos nesta Casa. Então, a nossa
idéia, a nossa proposta é a de incorporar a sugestão feita pelo Ver. Sebastião
Melo no sentido de nós rejeitarmos as Emendas nº 50 e 51 e aprovarmos a Emenda
nº 49, que estabelece um limite de 4%, que é muito próximo daquele limite com
que nós trabalhamos aqui na Casa durante esses últimos anos, mantendo uma
coerência com aquilo que a gente efetivamente administrou do ponto de vista
orçamentário enquanto éramos Governo.
Nesse
último ano, o nosso Orçamento efetivamente tinha um limite de 4,25%; pela
proposta do Vereador passa a ter um limite de 4%, que é perfeitamente
administrável. O Ver. Pujol estava-me lembrando, há poucos minutos, de que,
inclusive, já veio um pedido de suplementação para esta Casa - há um
compromisso nosso de poder viabilizar um conjunto de despesas -, junto com a
suplementação do Executivo, para, de imediato, nos próximos dias, aprovarmos
esse pedido de suplementação. Então,
a idéia proposta pelo Ver. Sebastião Melo, com a qual a gente concorda, não é
uma idéia de inviabilizar ou engessar o Orçamento da próxima Administração, é
só dar as condições e garantir o poder de fiscalização desta Casa, restringindo
a 4% o limite orçamentário.
Então,
venho aqui, por intermédio da nossa Bancada, concordar e também fazer um apelo,
em particular à Bancada do PPS, que concordem com a sugestão feita pelo Ver.
Sebastião Melo, pela Bancada do PMDB, na derrubada das Emendas nº 50 e 51 e da
possibilidade de aprovação do limite de 4% proposto na Emenda nº 49.
Fundamentalmente
é isso, com a garantia de que, mesmo nessas condições, o próximo Governo terá
todas as condições políticas e orçamentárias para executar aquelas obras que
estão previstas e construídas com a cidadania de Porto Alegre.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação a Emenda nº 50 ao PLE nº
047/04. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Pelo adiamento da votação da Emenda nº
50, na medida em que ela fica dependente da Emenda nº 49.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Retira seu Requerimento o Ver. Reginaldo
Pujol.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Renato Guimarães, a Emenda destacada nº
50 ao PLE nº 047/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 24 votos NÃO.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Elói Guimarães, a Emenda destacada nº 51
ao PLE nº 047/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 24 votos NÃO.
Retomamos a votação da
Emenda nº 49, já encaminhada pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, cada um por sua Bancada.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda
destacada nº 49 ao PLE nº 047/04.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, na nossa Comissão, nós rejeitamos essa Emenda e
colocamos o porquê da rejeição. A LDO é clara a esse respeito: está
estabelecido que será no mínimo 3% do total de despesa autorizada. Vamos fazer
o retrospecto do ano passado, de 2003 para 2004. O Ver. Luiz Braz ingressou na
Lei de Orçamento com uma Emenda de 0,25%. Foi aprovada, mas a LDO previa 4,25%
- corrija-me, depois, Ver. Luiz Braz. O que aconteceu? O Plenário aprovou
0,25%. O Executivo entrou com uma ação na Justiça, porque o Orçamento
interferia na LDO. Para este ano ficou um hiato. Ver. Luiz Braz, talvez nós
todos possamos fazer mea culpa na
questão do mínimo de 3%; ficou um valor alto; não vamos entrar nesse mérito
porque é uma matéria que foi votada. Mas o que acontece? Qualquer alteração que
interfira na LDO - por isso é que tem, e isso são coisas novas, o Plano
Plurianual, a LDO e a Lei de Orçamento -, ou seja, não compatibilizando com a
LDO, poderá novamente, quem assumir, se entender de direito, entrar com uma
ação. E provavelmente - eu deixo para os juristas, eu não sou advogado - também
vai ganhar, porque não houve uma compatibilização.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Luiz Braz.)
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Luiz Braz, está na Justiça, mas pelo
menos houve a prerrogativa e partiu da premissa de que o Orçamento - nós sempre
temos discutido isso, e os nossos relatórios são sempre baseados nisso - tem
que estar vinculado à LDO. Senão - e é o que muitas vezes ocorre -, a cada
Orçamento, a cada LDO, as pessoas irão criando coisas novas. Se há o Plano
Plurianual, que é para cada quatro anos, esse compartimento tem que ser
realizado ano a ano. Então, dentro desses princípios, nós não aprovamos, mas
entendemos que ficou um hiato, um espaço a ser discutido. Eu acho que agora nós
vamos partir para o regime de votação, mas cabia, como Comissão, fazer esse
esclarecimento. Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Mário Fraga está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 49 ao PLE nº 047/04.
O SR. MÁRIO FRAGA: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós encaminhamos contrariamente à Emenda para
mantermos a coerência, desde ontem, da nossa Bancada, em que fizemos o acordo.
Votamos e destacamos em bloco algumas Emendas. Então, neste momento, a Bancada
do PDT se posiciona contra esta Emenda para manter a coerência. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Sebastião Melo, a Emenda destacada nº 49 ao PLE nº 047/01.(Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 15
votos SIM e 10 votos NÃO.
Eu
consulto os Srs. Vereadores, nós temos 09 Emendas e 02 Subemendas, neste
espelho, no item nº 1. Proponho que nós continuemos agora, até resolvermos isso
definitivamente. Pode ser assim?
O SR. PROFESSOR GARCIA: Por gentileza, Vereadora, até para tentar
agilizar, como já foi feito, nós propomos que tudo isso entre num bloco só.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Proponho que a Verª Clênia e o Ver.
Garcia tentem se organizar.
Suspendo
a Sessão por um minuto.
(Suspendem-se
os trabalhos às 13h59min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
14horas): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. PROFESSOR GARCIA: A Verª Clênia tem uma proposta
diferente, mas que não é excludente. Gostaria que ela a colocasse.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Concordando com o Vereador, gostaria de
propor uma solução: a de que nós votássemos em bloco as Emendas nº 34, 38, 43,
58 e 69, com as suas respectivas Subemendas, todas apostas ao PLE nº 047/04.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereadora, V. Exª quer
conferir? As Emendas nºs 34, 38, 43, 58 e 69.
Em
votação o Requerimento apresentado pela Verª Clênia Maranhão, conforme ela leu
e eu repeti. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO pela unanimidade
dos presentes.
Em
votação as Emendas destacadas. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra
para encaminhar a votação das Emendas destacadas nºs 34, 38, 43, 58 e 69,
apostas ao PLE nº 047/04, com as respectivas Subemendas.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação as Emendas destacadas nºs 34,
38, 43, 58 e 69, apostas ao PLE nº 047/04, com as respectivas Subemendas.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADAS, com o voto contrário do Ver.
Mário Fraga.
Em
votação nominal, por solicitação do Ver. Elói Guimarães, a Emenda nº 11 aposta
ao PLE nº 047/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM
e 22 votos NÃO.
Em
votação a Emenda destacada nº 32, aposta ao PLE nº 047/04, de autoria do Ver.
Cláudio Sebenelo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA com o
voto contrário do Ver. Elói Guimarães.
Em
votação a Emenda destacada nº 55, aposta ao PLE nº 047/04, de autoria do Ver.
Professor Garcia. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar. (Pausa.) Desiste. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
Em
votação a Emenda destacada nº 57, aposta ao PLE nº 047/04, de autoria do Ver.
Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA por
unanimidade.
Assim,
encerramos o período de votação do Orçamento para 2005.
Atenção,
não encerramos ainda, existe um Recurso.
Atenção
Vereadores e Vereadoras, trata-se da última questão, é um Recurso assinado por
quase todas as Lideranças desta Casa (Lê.):
“Os
Vereadores que subscrevem solicitam a anulação da votação da Emenda nº 08,
relativamente ao Processo nº 4.837/04 - PLE nº 47/04, que estima a receita e
fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de
2005, tendo em vista a ocorrência de confusão em relação ao objeto da Emenda
referida, o que levou a um resultado que não reflete a vontade do Plenário, o
que pode ser corrigido, de modo transparente e democrático, por meio de nova
tomada de votos. Assumimos a responsabilidade pelo ocorrido, que se justifica
pela extensão do Projeto e quantidade de Emendas em análise. Entretanto, a
importância e complexidade da matéria exige e referenda a correção, uma vez que
solicitada em tempo hábil.”
Não
havendo nenhum pronunciamento, eu defiro.
Em
votação a Emenda nº 08 ao PLE nº 047/04. O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 08 ao PLE nº 047/08.
Solicito
paciência aos Vereadores e Vereadoras para que possamos chegar até o fim.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu volto à tribuna para me manifestar a respeito
dessa matéria. Votei pela rejeição dessa Emenda. E votei, porque nós estamos,
simplesmente, com essa Emenda, cometendo uma incoerência com o que vínhamos
dizendo na Casa, ao longo do tempo. Há muito tempo se diz que a Casa é
extremamente tímida nos seus recursos para publicidade. Há muito tempo se diz
que a Casa deixa de ocupar vários espaços, deixa de cobrir várias das suas
atividades em função de um minguado orçamento no que diz respeito à
publicidade. Neste ano, o orçamento contemplou essa rubrica de publicidade com
535 mil reais.
Inobstante,
Srª Presidenta, nós termos melhorado um pouco esses recursos, e sabe a
Presidência, sabem todos os que presidiram a Casa - o Ver. Luiz Braz, o Ver.
Wilton Araújo, o Ver. Nereu D'Avila, o Ver. João Dib, enfim, todos aqueles que
presidiram o Legislativo - o quanto é limitado esse recurso.
Agora,
segundo consta, existe uma realidade de que o nosso Arquivo Histórico se
encontra em situações precárias e que isso teria motivado inclusive uma ação do
Ministério Público. Eu desconhecia esse fato. Entendo que a satisfação de
necessidades do nosso Arquivo Histórico, do nosso Memorial, é relevante, mas
entendo, da mesma forma, Ver. Juarez Pinheiro, que o meio encontrado não é o
mais apropriado. Estamos, literalmente, naquela política que "para cobrir
um santo nós estaremos descobrindo outro".
Então,
pessoalmente, concordei que fosse anulada a votação para que as pessoas
votassem agora sabendo o que estão votando, porque estou observando que na
maioria das vezes, nesse bafão que se organizou aqui para votar o Orçamento, as
pessoas votavam sem saber o que estavam votando. Porque eu vi várias Emendas
serem rejeitadas, de forma categórica, que eu não posso acreditar que as
pessoas não quisessem vê-las aprovadas. Tanto porque várias delas inclusive
colocavam recursos específicos para módulos esportivos específicos, Ver. Mário
Fraga, e V. Exª ajudou a derrotar, e, agora, aprovou por unanimidade, como toda
a Casa, uma genérica proposta pelo Ver. Prof. Garcia; mas não vem ao caso essa
situação.
A
situação é a seguinte Ver. Ervino Besson, 2º Secretário da Casa: V. Exª vai
puxar o cobertor para um lado e vai descobrir o pé. A próxima Direção da Câmara
de Vereadores vai ser surrupiada do seu recurso para publicidade legal e
institucional, essa quantia que vai cobrir o nosso Memorial; duas situações
relevantes. Caminho equivocado dessa Emenda. Nós não podemos, agora, para
suprir uma necessidade emergencial, que pode inclusive, Ver. Luiz Braz, ser
coberta com recursos emergenciais - e a Diretoria Administrativa da Casa me
informou que existe uma manifestação do Ministério Público nesse sentido -,
então que, emergencialmente, se utilize o recurso de emergência para resolver
essa situação, mas nunca se retire da publicidade, que já é pequena, que já é
absolutamente pequena, infinitamente pequena nesta Casa, de que todos nós nos
queixamos.
Então,
concordei que se votasse de novo; concordei porque sei o que votei, e como
votei de uma forma e não me convenceram a mudar o meu voto, vou continuar
votando contra esta Emenda, porque é cobertor que descobre o pé para cobrir a
cabeça, ou inversamente colocando.
Por
isso, Ver. Cláudio Sebenelo, peço a atenção de V. Exª: é preciso que aqueles
que votaram a favor da Emenda, sabendo o que estavam votando, que renovem a
votação; aqueles que votaram contra a Emenda, não sabendo o que estavam
fazendo, que repensem. Agora, quem votou consciente, como eu votei, não tem por
que modificar o seu voto, até pelas razões que coloquei aqui da tribuna. Era
isso, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda destacada nº 08 ao PLE nº 047/04.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Margarete Moraes, Srªs.
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, esta é uma Emenda à qual
votei contrariamente pelos motivos elencados pelo Ver. Reginaldo Pujol, porque
retira dinheiro de publicidade da Câmara Municipal, que sempre foram recursos
muito reduzidos. Nós sempre tivemos aqui cerca de 50 mil anuais, quando tivemos
mais de 200 mil anuais. Então, neste Orçamento, veio uma quantia um pouco
maior.
Quem
fez a Emenda, ao invés de ter ido até a Mesa Diretora da Câmara, até a
Presidente, e dito: “Olha, nós precisamos de recursos lá para o Arquivo”, eu
tenho certeza de que a Presidente Margarete teria, ainda este ano, tentado, de
alguma forma, arrumar algum recurso para que nós pudéssemos fazer com que o
Arquivo pudesse funcionar melhor.
Eu
acho que esta Emenda é desnecessária, ela retira dinheiro da propaganda e manda
lá para o Arquivo, quando, na verdade, nós simplesmente podemos, com uma
reunião da Mesa, mexer no Orçamento. E até mesmo este ano, quem sabe, não
precisa nem ser para o ano que vem, pode ser até para este ano mesmo, Ver.
Professor Garcia, a Mesa Diretora ainda pode conseguir algum tipo de recurso
para poder fazer com que o Arquivo possa melhorar as suas condições aqui na
Casa. Eu não sei se existe ainda margem suficiente no Orçamento, mas eu
acredito que sempre trabalhamos com uma margem menor.
Eu
acho que vamos fechar o Orçamento da Casa com uma margem um pouquinho menor. Eu
acho que dá para fazer uma negociação com o Executivo para, ainda este ano,
arrumar os recursos necessários para poder mexer no Arquivo da Casa, que é
necessário, claro que sim, mas não precisa, realmente, fazer através de uma
Emenda como esta, não precisa ir mexer lá na propaganda, na publicidade da
Casa, que é pouquinha já, que é diminuta. Então, nós podemos, realmente,
resolver de outra forma, não precisa nem ficar para a Mesa seguinte, pode ser
feito agora. Eu pediria que os responsáveis pelo Arquivo entrassem em contato
com a Presidente da Casa, com a Mesa da Casa, a fim de que este ano essas
providências já comecem a ser tomadas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para encaminhar a Emenda destacada nº 08 ao PLE nº 047/04.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, relativo a esta Emenda, eu não sei, eu não faço
parte da Mesa, o Ver. Luiz Braz faz parte da Mesa, mas eu acredito que se a
Mesa dispõe de recursos, a Presidenta poderia manifestar-se quanto a isso;
poderia, realmente, não ter sentido a votação. Nesse aspecto, eu não sei,
Presidenta, se há recursos ou não para o que foi solicitado. Independente
disso, sem entrar na discussão se há recursos ou não, podemos votar e, se sair
este ano, não vai haver necessidade do investimento no próximo ano, e fica
preservada a verba de publicidade.
Uma
das coisas que eu vejo que nós temos que discutir mais aqui na Casa é que nós,
praticamente, como Casa, como Câmara não discutimos o Orçamento da Câmara ou
discutimos muito pouco. Eu acho que nós temos também que discutir como ser
gestor.
Para
o próximo ano está prevista uma verba orçamentária de 500 mil reais para
publicidade. A proposta é de retirada de 135 mil reais. Vai haver ainda – se no
caso, a Presidenta, este ano, não tiver os recursos – 365 mil reais, ou seja,
praticamente mil reais por dia para a publicidade, o que não é algo
astronômico, mas é um bom recurso, dentro das limitações que nós temos aqui na
Casa.
Quero
também aproveitar e fazer outro relato. Foi apresentado o relatório aprovado na
Comissão de Finanças e Orçamento, em que a Comissão, por unanimidade, aprovou
39 Emendas e rejeitou 50. Depois de tudo votado, das 39 Emendas aprovadas, 38
foram consignadas pelo Plenário; uma só não o foi, porque o próprio Ver. Elias
Vidal solicitou a retirada da sua Emenda, ou seja, que se votasse contra. Foi a
única Emenda aprovada pela Comissão que não foi referendada pelo Plenário. Das
50 Emendas rejeitadas pela Comissão, 48 configuraram, novamente, como
rejeitadas no Plenário. Somente duas Emendas foram aprovadas: uma do Ver. Dr.
Goulart, que entrou num pacote de quatro Emendas que tinham sido rejeitadas;
então, ele foi contemplado com mais uma Emenda, senão teria também sido
rejeitada; e a do Ver. Sebastião Melo, quanto a essa questão dos 4%, que também
foi explicitado aqui o que é que pode ocorrer pela não-configuração da LDO.
Então,
eu só quero saudar outros membros nossos - Ver. Guilherme Barbosa, Ver. João
Carlos Nedel, Ver. João Antonio Dib, Ver. Gerson Almeida - e a assessoria do
Dr. Walter e do Dr. Albano pelo trabalho que fizeram, porque este é o
reconhecimento da Casa. Da totalidade de 90 Emendas, somente três - e uma por
solicitação dos Vereadores - não foram aprovadas, mostrando que aquele
trabalho, quando é esmiuçado dentro da Comissão, reflete aqui no Plenário.
Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda destacada nº 08 ao PLE nº 047/04.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu acho importante podermos refletir um pouco sobre essas questões
internas da Câmara, porque eu acho que nós temos que aprimorar muito mais o
nosso debate interno sobre a aplicação do Orçamento desta Casa. Talvez se nós
tivéssemos tido a oportunidade de historicamente discutirmos mais o Orçamento e
a aplicação do nosso próprio Orçamento, nós tivéssemos construído as Emendas
com um pouco mais de prazo, de possibilidade para votá-las com mais segurança.
Mas
eu também, na linha do Ver. Garcia, queria, neste momento, reforçar a posição
do Vereador, dizendo que nós fizemos um processo de votação e de debates
intensos nesses dois últimos dias na votação de um dos temas mais fundamentais
de qualquer parlamento, que é a aplicação dos recursos públicos para a cidade,
no caso do Parlamento Municipal, para o Município.
Nós
estamos, neste momento, finalizando um processo de discussão e de votação do
Orçamento da Cidade. Acho que nós, os Vereadores do conjunto das Bancadas,
estamos de parabéns pelo tipo de procedimento dos nossos debates, pela
metodologia de diálogo que foi impressa no decorrer de todo esse processo. Eu
acho que prevaleceram os interesses da cidade de Porto Alegre, e prevaleceu
também uma metodologia política de trabalho, de respeito ao conjunto das
Bancadas. Eu acho que com isso ganhou a cidade de Porto Alegre, mas também ganhou
o Parlamento. E quando o parlamento enriquece, enriquece o processo democrático
da sociedade da qual ele faz parte. Eu queria agradecer ao conjunto dos
Vereadores e parabenizá-los por esse processo.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 08 ao PLE nº 047/04.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª Margarete Moraes, prezados
Vereadores e Vereadoras presentes no plenário, estamos chegando na última
votação do Orçamento de 2005, e quero aqui fazer o registro de que foram
preservados elementos fundamentais nesta votação. O Orçamento, na sua maior
parte, respeitou profundamente o processo que esta Cidade viveu de construção
neste ano, um processo que procurou ampliar a incidência da população sobre o
Orçamento da Cidade, mais uma vez; que procurou fazer a leitura das
necessidades desta comunidade; que viabilizou e que oportunizou que a população
discutisse e trabalhasse as prioridades em cada região. É um Orçamento, portanto,
que vai preservar as áreas prioritárias votadas pela Cidade e, ao mesmo tempo,
um Orçamento que respeitou aqui, sim, um grande número de Emendas propostas
pelos Parlamentares, como foi a nossa prática nestes 16 anos, uma prática com
um cuidado muito grande, com um longo processo de debate na comunidade, mas
também com o respeito, com a capacidade de diálogo dos Vereadores, apenas não
concordando com emendas - e aqui, de novo, mantivemos esta posição - que
viessem a engessar, que viessem a descaracterizar, que viessem a impossibilitar
um governo que tem de responder ao dia-a-dia de uma cidade.
Aqui,
a construção que foi possível, no limite para a suplementação, também deve ser
registrada.
A
nossa Bancada voltou atrás numa posição firmada, mas voltou atrás num consenso
construído nesta Casa, em que uma prática que já tivemos nestes 16 anos, de um
limite para esta prática, que é um limite importante que não permite a
descaracterização do Orçamento votado, que permite a esta Casa acompanhar o
Orçamento votado, que permite à Cidade acompanhar o Orçamento votado. Nenhum
limite para suplementação permitiria isso.
Então,
nós temos referências importantes votadas neste Orçamento. A nossa Bancada
procurou manter uma coerência e já demonstrou aqui como vai-se portar nos
próximos quatro anos. Nós estaremos aqui vigilantes pelo cumprimento do
Orçamento decidido neste ano. Mas, mais do que isso, pelo cumprimento dos
orçamentos decididos em anos anteriores, demandas que estão em PIs ainda não
encaminhadas, demandas em andamento, porque esse foi o compromisso assumido
pelo Prefeito que assumirá dia 1º de janeiro.
Esta
Bancada estará vigilante e será propositiva, uma Bancada que ressoará, nesta
Casa, a fala da sociedade, e uma delas será a conquista que ela teve nestes 16
anos, que é a possibilidade da participação direta. E essa possibilidade,
senhores, hoje, os que são oposição, e passarão a ser Governo, terão a
oportunidade de registrar e de concordar conosco. Ela nos faz acertar muito
mais como Governo; ela nos faz corresponder muito mais à população, e,
certamente, trará o reconhecimento maior da Cidade pela capacidade de audição,
de aferição, que esse método encontrou. Certamente o novo Governo vai
respeitá-lo, deverá trazer idéias novas e deverá ampliá-lo, mas a cidadania vai
querer, sim, avançar, e não recuar no belo processo de participação popular, de
democratização que esta Cidade vem vivendo.
Assim
como nos portamos na votação deste Orçamento, nos portaremos durante o mandato,
e, com certeza, esta Casa estará à altura da cidadania construída até agora.
Obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Luiz Braz, a Emenda destacada nº 08 ao PLE nº 047/04. (Pausa.) APROVADA por 18 votos SIM e 06 votos NÃO.
Encerrada
a votação, eu quero agradecer o apoio, a delicadeza de todos os funcionários
desta Casa, da DL, da Seção de Taquigrafia, do Setor de Atas, dos garçons, dos
operadores de som, da Seção de Imprensa da Casa e de todos os plantões que possibilitaram
esta Sessão Extraordinária, e, sobretudo, quero cumprimentar os Vereadores e
Vereadoras pela coerência, pelo alto padrão dos debates, pelo grande
compromisso que todos têm com a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.
Está
encerrada esta Sessão Extraordinária.
(Encerra-se
a Sessão às 14h33min.)
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